Casa só com 'mãe e avó' é 'fábrica de desajustados' para tráfico, diz Mourão
Vice de Bolsonaro diz que Brasil errou ao aliar-se à 'mulambada' na África e América Latina
O general da reserva Hamilton Mourão (PRTB), vice na chapa de Jair Bolsonaro (PSL) à Presidência, afirmou nesta segunda (17) que famílias pobres "sem pai e avô, mas com mãe e avó" são "fábricas de desajustados" que fornecem mão de obra ao narcotráfico.
Ele desfiava uma teoria correlacionando o que considera dissolução da família nuclear por defensores de "agendas particulares que tentam impor ao conjunto da sociedade". Não foi explícito, mas seu argumento é análogo ao utilizado pelos críticos da união homossexual.
Segundo o general da reserva, a sociedade no mundo todo vive uma crise de costumes. Particularizou então o caso brasileiro. "A partir do momento em que a família é dissociada, surgem os problemas sociais. Atacam eminentemente nas áreas carentes, onde não há pai e avô, é mãe e avó. E, por isso, torna-se realmente uma fábrica de elementos desajustados que tendem a ingressar nessas narco-quadrilhas".
Mourão pregou então investimentos em saúde, segurança e infraestrutura do Estado, para combater a presença do crime nas favelas. Ele fez as considerações para uma plateia francamente simpática, a julgar pelas perguntas e manifestações da plateia, na seção paulista do Secovi, o sindicado do mercado imobiliário.
Se polícia age como polícia, é criticada. Direitos humanos são para os humanos direitos”, disse, sendo aplaudido. Ele defendeu o controle eletrônico de pontos de fronteira para tentar deter o tráfico, além do investimento em tecnologia.
Transitando pelo politicamente incorreto, criticou a política externa dos anos Luiz Inácio Lula da Silva (PT, 2003-10). “Nós nos ligamos com toda a mulambada, me perdoem o termo, do lado de lá e de cá do oceano na diplomacia Sul-Sul”, disse.
Citou então os casos de suspeitas de corrupção em financiamentos brasileiros a projetos na África e na América Latina, um dos eixos da política Sul-Sul apregoada pelo então chanceler Celso Amorim, que buscava alternativas políticas e econômicas às parcerias tradicionais com EUA e Europa.
Questionado posteriormente sobre o termo usado, disse que só havia dito "para o auditório ficar satisfeito".
Tocando violino para a audiência, fez uma defesa do livre mercado, da redução ou simplificação da carga tributária, da necessidade da reforma previdenciária e da "implementação da trabalhista, que tem gente que é contra". "Compete ao governo ser indutor, dar marcos regulatórios", afirmou.
Para ele, o Brasil é um "cavalo para saltar 1,80 m", mas está "todo amarrado, só consegue saltar 0,70m". Defendeu o ajuste fiscal baseado no corte de gastos e regulação. "Agências reguladoras são boas. Mas a macacada vai lá e faz cabide de emprego. Vamos pôr gente com mandato.”
"É preciso projeto para dar segurança ao investidor. Haverá então lucro, reinvestimento e empregos", disse, pregando investimento em infraestrutura. "Querermos estradas alemãs, não com o padrão da República Centro-Africana, me desculpem os irmãos de lá. Temos de priorizar as áreas mais importantes", afirmou.
No comércio exterior, defendeu a redução da Tarifa Externa Comum do Mercosul. "Vamos aproveitar que a Venezuela [Estado associado ao bloco] já foi pro saco e discutir isso com os membros efetivos”, disse.
Para Mourão, o refino e a distribuição da Petrobras podem ser vendidos, mas relativizou a demanda privatista. "Tem de privatizar o que tem de ser privatizado", disse, afirmando que o problema maior da petroleira é a corrupção.
“Quando contei para meu comandante, general Eduardo Villas-Bôas, meu amigo de fé e irmão camarada, que seria o vice do Bolsonaro, ele disse ‘Eu quero a diretoria que fura poço’”, afirmou, fazendo piada com a expressão criada pelo então presidente da Câmara, Severino Cavalcante, a respeito da área da Petrobras que desejava dominar no governo Lula.
Veja também
Últimas notícias
Bolsonaro recorre e pede que STF reconheça que ele 'desistiu' do golpe
Febraban endurece regras contra contas laranja e bets irregulares
Lula completa 80 anos e se torna o primeiro octogenário no cargo
Donos de clínica de reabilitação viram réus por crimes cometidos contra esteticista
Sine Maceió oferece 200 vagas Call Center para trabalho home office
Confira os campeões do 32º Festival Municipal de Bumba Meu Boi
Vídeos e noticias mais lidas
Tragédia em Arapiraca: duas mulheres morrem em acidente no bairro Planalto
Militares lotados no 14º Batalhão de Joaquim Gomes prendem homem suspeito de estrupo de vulnerável
[Vídeo] Comoção marca velório de primas mortas em acidente de moto em Arapiraca: 'perda sem dimensão'
Vídeo mostra momentos antes do acidente que matou duas jovens em Arapiraca; garupa quase cai
