Datafolha e Ibope: A eleição já está decidida?
Vitória de Bolsonaro com 60% é descartada horas antes do resultado
Desde 1989, os dois principais institutos de pesquisa acertaram o resultado da eleição no levantamento divulgado na véspera do 2º turno em 1989, 2006, 2010 e 2014 (em 1994 e 1998, o resultado foi definido em 1º turno).
Em 1989, o Ibope acertou, mas no limite da margem de erro. O Datafolha também, dentro da margem. DATAFOLHA: Collor 52% x Lula 48%
IBOPE: Collor 51% x Lula 49%
RESULTADO: Collor 53% x Lula 47%
Depois de 1994 e 1998 com definições no 1° turno, em 2002, o Datafolha não percebeu uma subida de última hora de Serra. Errou fora da margem (2%, sempre). O Ibope acertou dentro dela. DATAFOLHA: Lula 64% x Serra 36%
IBOPE: Lula 62% x Serra 38%
RESULTADO: Lula 61% x Serra 39%
Na reeleição de Lula, em 2006, um ano de ouro para o PT e para os institutos. Ambos cravaram, já no sábado, o resultado que saiu no domingo, sem precisar de margem de erro. DATAFOLHA: Lula 61% x Alckmin 39%
IBOPE: Lula 61% x Alckmin 39%
RESULTADO: Lula 61% x Alckmin 39%
Em 2010, o sábado chegou com um cenário bem parecido com o de hoje, se não no clima, nos números. Datafolha errou dentro da margem, Ibope cravou. DATAFOLHA: Dilma 55% x Serra 45%
IBOPE: Dilma 56% x Serra 44%
RESULTADO: Dilma 56% x Serra 44%
Por fim, 2014, a eleição mais apertada até hoje. Foi a vez do Datafolha cravar e do Ibope acertar na margem de erro. DATAFOLHA: Dilma 52% x Aécio 48%
IBOPE: Dilma 53% x Aécio 47%
RESULTADO: Dilma 52% x Aécio 48%
Nas 10 pesquisas de Ibope e Datafolha nos sábados antes do 2° turno até hoje: 5 acertaram dentro da margem, 4 cravaram o resultado, 1 errou além da margem. A que errou, errou por 3%. Haddad precisa de pouco mais de 4% e 5% pra além do que é mostrado hoje.
Porém, no dia da eleição, muitos eleitores ainda tem esperança de uma possível ‘virada’, o motivo é que é uma eleição diferente de todas as outras. Não só pelo WhatsApp, mas pela inédita onda de crescimento de última hora do petista. E isso, também, pode se comparar na História.
Os maiores crescimentos entre o começo e o fim da campanha de 2º turno nas pesquisas: 1º 2006: Lula abre 14 pontos de diferença de Alckmin, 2º 2018: Haddad tira 10 pontos de Bolsonaro, 3º 2014 Dilma abre 6 pontos de Aécio, 4º 1989: Lula tira 4 pontos de Collor, 5º 2010: Dilma abre dois pontos de Serra, 6º 2002: Diferença entre Serra e Lula fica igual
O crescimento de Haddad entre a primeira e a última pesquisa Ibope no 2° turno é imenso e fato raro. No ranking dos crescimentos em 2° turno, perde só para Lula virando quase unanimidade contra Alckmin em 2006.
Geralmente, os crescimentos acontecem no começo do 2° turno. O de Haddad é na reta final. 1º 2018: Haddad tira 10 pontos de Bolsonaro. 2º 2002: Serra tira 4 pontos de Lula, 3º Dilma tira dois pontos de Serra. Por isso, Haddad demonstra crescimento histórico na reta final.
Lula cresceu em 2006, mas há uma semana do voto já tinha estacionado. A dúvida é se Haddad segue ganhando votos nessas últimas horas.