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Operação em Roraima cumpre mandados contra facção suspeita de comandar atentados

Segundo a PF, grupo planejava novos ataques e fuga em massa do presídio

Por G1 27/11/2018 09h09
Operação em Roraima cumpre mandados contra facção suspeita de comandar atentados
38 mandados de busca e apreensão são cumpridos em Roraima, a maioria na Penitenciária Agrícola - Foto: Reprodução/G1 RR

A Polícia Federal deflagrou na manhã desta terça-feira (27) a operação Érebo que mira uma facção criminosa que atua dentro e fora da Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, maior presídio de Roraima, e foi responsável por uma série de ataques incendiários no estado em julho deste ano.

A ação tem 45 mandados de prisão preventiva e quatro de busca e apreensão. Sete deles são cumpridos no presídio federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, e 38 em Roraima, a maioria na Penitenciária Agrícola. A unidade é a mesma que na segunda (26) foi alvo de operação da Força-Tarefa de Intervenção Penitenciária que devolveu o controle do presídio, dominado pela facção, ao estado.

Os policiais federais chegaram ao presídio de Monte Cristo, às 6h18 (8h18 de Brasília). Eles devem cumprir 31 mandados dentro da unidade e levar detentos ligados à facção Primeiro Comando da Capital à sede da PF para indiciá-los por participação nos ataques.

Com as investigações, iniciadas ainda em 2017, a PF identificou e mapeou a estrutura da organização criminosa em Roraima, monitorando as principais lideranças que agiam no estado - sete foram transferidas a presídio federal em Rondônia em setembro.

Segundo a PF, a apuração levantada no inquérito permitiu a identificação dos mentores responsáveis por ao menos 12 atentados que ocorreram em Roraima entre 29 e 31 de julho deste ano, além do cometimento dos crimes de participação em organização criminosa, tráfico de drogas e associação para o tráfico.

À época, foram coordenados ataques a órgãos públicos e empreendimentos particulares em vários municípios do estado, inclusive a uma delegacia de polícia e a um destacamento da PM, além de bancos e outros.

As ordens para os atentados partiram de dentro da Penitenciária Agrícola de Monte Cristo e, conforme a PF, foram dadas após a autorização do responsável pela organização no estado, que se encontrava preso no Presídio Estadual de Piraquara, no Paraná. Também foi identificado que detentos de Mossoró auxiliaram no planejamento dos ataques.

O monitoramento dos chefes do grupo permitiu, ainda, que a PF, em parceria com a Polícia Militar e a Divisão de Inteligência e Captura (Dicap) da Secretaria de Justiça de Roraima impedisse uma fuga em massa da unidade em 29 de julho deste ano e novos atentados que o grupo planejava, incluindo incêndio do pátio onde ficam os ônibus de transporte coletivo de Boa Vista e a destruição dos veículos e maquinários envolvidos com a coleta e o processamento de lixo do estado.

A operação conta com o apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate a Organizações Criminosas (Gaeco) do Ministério Público do Estado de Roraima, do Departamento Penitenciário Nacional, Dicap e de Agentes Penitenciários da Secretaria de Justiça e Cidadania de Roraima.

O nome da ação faz uma referência à mitologia grega. Érebo é nascido do caos e reina na escuridão, uma alusão ao surgimento e crescimento da facção no caos do sistema prisional.