Barragem em Brumadinho: o que se sabe sobre o rompimento até agora
Depósito de rejeitos da mineradora Vale se rompeu na tarde desta sexta-feira
Uma barragem se rompeu no começo da tarde desta sexta-feira, no município de Brumadinho, que faz parte da zona metropolitana da capital mineira, Belo Horizonte.
Em nota divulgada no começo da tarde, a mineradora Vale disse que os rejeitos liberados pela barragem atingiram a área administrativa da empresa no local, conhecido como Mina Córrego do Feijão. A lama também teria atingido parte da comunidade da Vila Ferteco, nas proximidades.
Segundo a empresa, ainda não há confirmação sobre feridos no local - mas imagens feitas no local do acidente mostram pessoas sendo resgatadas na lama, com a ajuda de helicóptero.
"A Vale acionou o Corpo de Bombeiros e ativou o seu Plano de Atendimento a Emergências para Barragens. A prioridade total da Vale, neste momento, é preservar e proteger a vida de empregados e integrantes da comunidade", diz a nota.
O governo de Minas Gerais disse que a Defesa Civil do Estado já enviou uma equipe para o local, com o objetivo de ajudar no resgate das vítimas - ainda não há estimativa sobre o número de pessoas atingidas.
O batalhão do Corpo de Bombeiros mineiro em Brumadinho enviou dois helicópteros para o local.
A prefeitura de Brumadinho orientou os moradores da cidade a não se aproximar do leito do Rio Paraopeba, próximo à área atingida pelo desastre.
O museu privado a céu aberto de Inhotim, que também fica na região, anunciou que estava evacuando suas dependências como medida preventiva.
Segundo o hospital municipal de Brumadinho, até cerca das 14h, nenhuma vítima havia sido levada para o local, mas a estrutura estava sendo preparada para a emergência.
Há três anos, outra tragédia
Em novembro de 2015, outra barragem da Vale, na região de Mariana, também em Minas Gerais, se rompeu, matando 19 pessoas, destruindo totalmente três distritos - Bento
Rodrigues, Paracatu de Baixo e Gesteira, esta última a 60 km de Mariana - e deixando milhares de pessoas desalojadas.
Administrada pela Samarco, a barragem de Fundão liberou 34 milhões de metros cúbicos de rejeito de minério, que desceram 55 km pelo rio Gualaxo do Norte até o Rio do Carmo e outros 22 até o Rio Doce.
A avalanche de lama percorreu 663 km de cursos d'água e atingiu 39 municípios em Minas Gerais e no Espírito Santo - o maior desastre ambiental do país.