Vale pagará ajuda mensal a moradores da região de Brumadinho por 1 ano
Auxílio emergencial será pago inicialmente a quem comprovar residência em Brumadinho e em uma faixa de até 1 km de distância da calha do rio Paraopeba
A Vale vai pagar por ao menos um ano uma renda para moradores de Brumadinho (MG) e do entorno no Rio Paraopeba, disse o promotor André Sperling, do MP-MG (Ministério Público de Minas Gerais), após audiência entre a mineradora e órgãos públicos para acordo de ajuda emergencial na Justiça de Minas Gerais, em Belo Horizonte. No entanto, a data para o início do pagamento ainda não foi definida.
A ata da audiência ainda não foi divulgada. Em entrevista após a reunião, Sperling disse a jornalistas que o auxílio emergencial será pago inicialmente a quem comprovar residência em Brumadinho e em uma faixa de até 1 km de distância da calha do rio Paraopeba -- cujas águas ficaram em boa parte inutilizadas após a tragédia do rompimento da barragem da Vale, que completa um mês na segunda-feira (25).
Segundo Sperling, o pagamento será de um salário mínimo mensal por adulto, "e um pouco menos para crianças e adolescentes". O promotor destacou que o valor exato será publicado na ata da audiência.
"O prazo será de um ano, mas isso vai poder ser prorrogado", disse.
Ainda não se sabe, no momento, a quantidade total de pessoas que vão receber a ajuda emergencial. Até por isso, ainda não houve a definição da data para o início do pagamento. No entanto, segundo Sperling, isso não deve impedir que o auxílio comece a ser repassado pelo menos para parte dos atingidos.
"A data inicial do pagamento não foi definida justamente porque nós precisamos definir o universo das pessoas", disse. "À medida que essas pessoas forem incluídas, nós pretendemos construir um sistema para que já comece o pagamento. A gente não precisa levantar todo mundo para que o pagamento inicie."
Indenização final ainda será debatida
O acordo também contempla o ressarcimento, pela Vale, das despesas que o poder público está tendo com a tragédia. Esse pagamento será feito por meio de valores que estão bloqueados judicialmente, disse Sperling.
Segundo Carolina Morishita, defensora pública de Minas Gerais, a formação de uma assessoria técnica independente também faz parte do acordo. A assessoria será contratada por meio de um edital organizado pela Defensoria Pública e o Ministério Público, e escolhida pelas comunidades atingidas. Entre outras funções, ela deverá identificar todas as pessoas que devem receber a ajuda emergencial.
O promotor Sperling também disse que vários outros assuntos, como a questão de propriedades destruídas pela lama, ainda serão debatidos.
"Nós temos a indenização integral, a reparação do meio ambiente. Tudo isso são coisas que aos poucos vão surgindo e vamos enfrentando. No primeiro momento agora, nossa preocupação são as pessoas que estão passando necessidade, sem água, sem comida."
Adilson Ramos, morador da cidade de Mário Campos -- uma das cortadas pelo rio Paraopeba --, elogiou o acordo, mas ressaltou que os atingidos precisam continuar unidos para obter mais recursos.
"De uma ou outra forma, a Vale prejudicou muitas vidas e tirou nossa paz", disse. "Hoje foi mais uma etapa. Não desistimos e vamos continuar para que a Vale cumpra ao menos essa situação que foi acordada."
Por meio de e-mail e mensagens de texto, o UOL procurou a Vale e representantes de associações de moradores de bairros atingidos em Brumadinho para saber se comentariam o acordo, e aguarda resposta.
Segundo números divulgados hoje de manhã pela Defesa Civil mineira, a tragédia de Brumadinho deixou, até o momento, 171 mortos e 139 desaparecidos. O Corpo de Bombeiros continua realizando buscas por corpos na cidade.
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