Em editorial, Financial Times ataca 'filhos' e volta a defender Guedes
No Clarín, artigo de economista argentino diz que 'entusiasmo inicial' dos mercados foi rapidamente trocado por 'desilusão'
O Financial Times ainda não desistiu de Jair Bolsonaro ou, melhor, de Paulo Guedes. Nesta segunda (22), publica o editorial "A promessa e os perigos do Brasil de Bolsonaro" para defender junto aos mercados financeiros o ministro da Economia —contra o presidente e a "facção de populistas, que inclui os ministros do exterior e da educação e seus próprios filhos".
Com a foto acima, da AFP, afirma que o "instinto para o ultrajante" está deteriorando a imagem do país: "Os tuítes e pronunciamentos de Bolsonaro arriscam criar a impressão de que o Brasil é agora dirigido por um maníaco que ataca gays, odeia árvores e ama as armas, que é nostálgico dos dias de ditadura militar".
Diz que "isso é uma pena", que o governo "tem uma história positiva a contar para o mundo exterior", e propõe uma "narrativa otimista". Concentra-se no fato de o país ter uma equipe econômica com liberais, diferente da "administração protecionista" de Donald Trump. Chega-se ao ponto, afinal:
"Se essas pessoas —acima de tudo, Paulo Guedes— forem bem-sucedidas em avançar seus programas, poderiam fazer muito bem ao Brasil. Num cenário otimista, os pronunciamentos mais ousados de Bolsonaro poderiam então ser dispensados como esforço de desviar os olhos da multidão, enquanto o verdadeiro trabalho está na verdade acontecendo nos bastidores."
O jornal admite porém que "o liberalismo econômico está saindo de moda em outras partes do mundo".
Desilusão
Já o Clarín publicou o artigo "Quo vadis Brasil?" (para onde está indo, Brasil?), do economista liberal Ricardo Arriazu , que contrasta com a narrativa otimista e descreve como Guedes e suas propostas, "claramente pró-mercado, ensusiasmaram os mercados", levando à alta na bolsa e à queda no risco-país:
"No entanto, esta aparente mudança para o livre mercado foi rapidamente colocada em dúvida com outras nomeações, entre elas a do chanceler Ernesto Araújo, com uma ideologia antiglobalização, e de oito militares. Simultaneamente, o próprio presidente e seu vice expressaram dúvidas quanto à direção das reformas, que precisam ser aprovadas por um Congresso atomizado, em que o governo não tem maioria."
Na Previdência, "os erros foram quase imediatos", como no caso do favorecimento dos militares, e "os mercados reagiram com desilusão, sem perceber que seu entusiasmo inicial não contemplou os árduos, necessários e inevitáveis debates" no Congresso, para reformas que exigem "amplo consenso".
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