Defensores da cultura africana são homenageados com a Comenda Tia Marcelina
A sessão solene realizada na manhã dessa quinta foi de iniciativa do vereador Cléber Costa

O padre e professor-doutor Manoel Henrique Santana, o professor e antropólogo Bruno César Cavalcanti, a antropóloga Rachel Rocha, a compositora Mãe Vera, o juiz José Cícero Alves, a obstetra Aurelita Pimentel, a Força Expedicionária Brasileira e a Cruz Vermelha Brasileira foram agraciados com a Comenda Tia Marcelina, na manhã desta quinta-feira (25), no Plenário Silvânio Barbosa. A iniciativa da sessão solene foi do vereador Cléber Costa (Progressistas) e aprovada pelos demais parlamentares da Casa.
Estiveram presentes familiares e amigos dos homenageados, além de autoridades civis e militares.
Tia Marcelina foi uma ex-escrava áfrica de Janga, Angola, descendente do Quilombo dos Palmares e da família real africana, que ajudou a fundar o Xangô do Brasil. Ela tinha o saber, carisma e a voz viva dos Orixás, sendo contemplada com a coroa de Dadá, homenagem outorgada pelos oráculos do continente africano, que era o posto mais alto da hierarquia religiosa africana no Brasil.
O antropólogo e doutor em Etnologia, Bruno César, destacou a necessidade do povo de Maceió resgatar o ensino, as memórias e as histórias da cultura negra na capital alagoana “O mais grave disso tudo é a educação, o conhecimento da religião afro-brasileira e da história da nossa cidade, que é uma cidade negra que não se vê como tal. Nós temos uma organização muito tardia, o que se deu na falta de valorização da nossa história e o profundo desconhecimento da mesma. Eu atribuo essa honraria à universidade que foi uma das primeiras a implantar o sistema de cotas no Braisl e que produz tantas pesquisas sobre nosso povo, já que a história dos negros é contata a base da memória coletiva e temos poucas informações documentadas. Precisamos passar da retórica pra prática efetiva, precisamos que homenagens como esta repercutam de forma mais permanente, Maceió precisa descobrir o quanto é negra” disse o professor.
O desembargador Washington Luiz esteve presente na sessão solene e frisou a iniciativa do vereador Cléber Costa em criar a comenda Tia Marcelina. Ele lembrou, ainda, que a liberdade de expressão e da escolha religiosa não podem ser cessadas, já que é um direito de todos.
A Mãe Miriam participou da mesa de honra da solenidade e fez questão de desmistificar a imagem que muitos têm das religiões de matriz africana e esclareceu que, assim como qualquer outra religião, seus seguidores merecem respeito.
No encerramento da sessão, o vereador propositor e criador da honraria, Cléber Costa, explicou que a comenda tem como objetivo contemplar personalidades e entidades que contribuem para o desenvolvimento social, econômico, cultural e religioso da comunidade negra, além de minimizar, cada vez mais, o preconceito da sociedade diante da cultura africana.
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