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Pinheiro: prefeito estuda ações para garantir reparação a moradores

Laudo aponta atividade de mineração como responsável pelos problemas na região

Por Redação, com assessoria 09/05/2019 08h08
Pinheiro: prefeito estuda ações para garantir reparação a moradores
Prefeito acompanhou divulgação de relatório sobre o bairro do Pinheiro - Foto: Marco Antônio/ Secom Maceió

O prefeito de Maceió, Rui Palmeira, estuda com a Procuradoria Geral do Município que medidas jurídicas serão adotadas para garantir a reparação às perdas sofridas pelos moradores dos bairros Pinheiro, Bebedouro e Mutange. O relatório apresentado nesta quarta-feira (8) pelo Serviço Geológico do Brasil (CPRM) aponta a atividade de mineração como a principal responsável pelos problemas na região.

“Foi divulgado o tão esperado relatório da CPRM, que apontou como causa dos problemas nos bairros a mineração, que é operada pela Braskem. Já estou, com a Procuradoria do Município, trabalhando nas ações que vamos entrar contra a empresa, buscando ressarcimento para os moradores e também para os cofres públicos”, destacou o prefeito.

Além das medidas jurídicas, o prefeito já articula reuniões em Brasília com os órgãos de fiscalização da atividade de mineração para buscar soluções para os problemas. “Nós sabemos que a responsabilidade da atividade de mineração, da fiscalização deste tipo de atividade, é da União e por isso, já estamos solicitando uma série de agendas em Brasília, olhando para a frente, buscando os próximos passos para minimizar e resolver os problemas dos bairros Mutange, Bebedouro e Pinheiro. A Prefeitura de Maceió continuará trabalhando nessa região, mas claro, precisamos de toda ajuda neste momento”, disse Rui Palmeira.

O secretário-adjunto especial da Defesa Civil, Dinário Lemos, acompanhou a audiência pública onde foi apresentado o relatório da CPRM e vai iniciar os trabalhos para que todas as medidas que garantam a integridade da população sejam adotadas. “A gente recebeu agora este relatório e ele veio cheio de mudanças e novidades, e aponta como causas a exploração do sal-gema. Vamos agora ver o novo mapa de risco e saber qual a determinação deste mapa, que área precisa ser evacuada, que área pode permanecer habitada, quais os limiares de chuva, para garantir a segurança da população. Então, a gente vai sentar com a Defesa Civil Nacional e a CPRM para que possa saber que medidas devemos adotar”, explicou.

Segundo o Serviço Geológico do Brasil, o estudo, que durou cerca de um ano, contou com uma grande integração de dados, o que possibilitou o que eles avaliam como sucesso de resultados. “Essa integração foi fundamental para a visão ampla de todos os processos e acredito que foi um sucesso, pois mostrou que as cavernas têm problemas de estabilidade, que elas estão se movimentando e cujo reflexo é o que se ver hoje lá no bairro Pinheiro”, enfatizou o geólogo Jorge Pimentel, coordenador executivo da CPRM.

A CPRM destacou a importância da análise interferométrica, que permitiu o entendimento sobre a deformação do terreno e apontou para a continuação do monitoramento. “Nós estamos contratando um novo monitoramento, isso deve acontecer agora, a partir de 2019/2020, para que a gente tenha noção exatamente se o processo tende a se estabilizar ou a avançar. Então, a interferometria vai ser fundamental para que a gente tenha uma tendência de comportamento do terreno. Com base nisso, vai ser possível propor medidas de consolidação geotécnica, que é tentar reduzir o movimento para que o bairro volte à normalidade, se possível. Senão, outras medidas terão que ser tomadas”, completou o geólogo.

Com a apresentação do relatório, a Prefeitura de Maceió cobra participação de todos os poderes para, juntos, encontrar soluções que minimizem o problema da população. “É importante entender que a partir de agora, as providências terão que ser tomadas de forma mais célere, com a ajuda nacional e todos os envolvidos, com um único planejamento. Isso porque, até então, tudo tinha sido feito com a Prefeitura de Maceió meio solitária no processo, a não ser pelos estudos técnicos e o apoio do recurso da ajuda humanitária. Mas agora seremos mais um com responsabilidade e compromisso de minimizar o sofrimento desse povo, cobrando do Estado a sua participação mais efetiva e coordenação do governo federal”, disse o secretário Municipal de Governo, Eduardo Canuto

A CPRM disponibilizou o relatório do estudo sobre a instabilidade do terreno nos bairros e a apresentação destes estudos feita durante a audiência pública:

Estudo sobre a Instabilidade do Terreno nos Bairros Pinheiro, Mutange e Bebedouro

Apresentação Estudo na Audiência Pública.