Prêmio Alagoas de Direitos Humanos 2019 fará homenagem à viúva de Marielle Franco
Escolha dos homenageados nas categorias nacional e estadual foi referendada nesta quarta-feira (5) em consenso na reunião do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos Humanos (CEDDH)
Mônica Benício, viúva da vereadora Marielle Franco, assassinada brutalmente, há 15 meses, crime ainda sem solução, será a homenageada na categoria nacional no Prêmio Alagoas de Direitos Humanos 2019.
A decisão foi tomada nesta quarta-feira (5), durante reunião ordinária do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos Humanos (CEDDH), entidade composta por sete organizações da sociedade civil e vinculada à Secretaria de Estado da Mulher e dos Direitos Humanos (Semudh).
Na reunião, também foi definido o nome do Padre Manoel Henrique, agraciado com o reconhecimento na categoria estadual pela postura de enfrentamento à violência e em defesa da população mais vulnerável socialmente.
O Prêmio Alagoas de Direitos Humanos ocorrerá em dezembro, nas comemorações de aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos, que fará 71 anos em 2019.
De iniciativa do Governo do Estado, por meio da Secretaria da Mulher e dos Direitos Humanos (Semudh), a premiação visa promover os direitos humanos e a disseminar uma cultura de paz pelas ações desenvolvidas por diversos atores sociais, sejam eles autarquias, órgãos da administração pública, ONGs ou mesmo pessoas físicas e jurídicas que combatem o desrespeito aos direitos humanos nas mais diversas esferas e áreas de atuação.
Para a segunda edição, o nome em nível nacional escolhido pelas entidades foi a de Mônica Benício, arquiteta de 33 anos e viúva de Marielle Franco, vereadora do Rio de Janeiro assassinada por atiradores no ano passado.
Mônica é ativista dos direitos humanos em defesa da mulher periférica, LGBTI+ e busca a penalização junto aos órgãos nacionais e internacionais dos autores da morte da companheira Marielle Franco.
Nomes em luta
De acordo com o presidente do CEDDH, Jonas Cavalcante Guimarães, as escolhas foram pertinentes quanto à questão da defesa dos direitos humanos não só em Alagoas como em todo o país.
“Em um momento em que as violações aos direitos humanos vão se acumulando, o Estado, juntamente com o Conselho e as entidades civis, celebra uma luta que é importante para todos. Portanto, a escolha de Mônica Benício e do Padre Manoel estão totalmente inseridas no combate à violência, à discriminação e na garantia de direitos à dignidade humana”, disse Jonas.
O comentário foi reforçado pelo representante da Arquidiocese de Maceió, Verinaldo Dantas. “Esse prêmio revela a disponibilidade de pessoas que estão preocupadas com o outro, com os direitos, principalmente em um país onde situações de violações são frequentes”, concluiu.
A reunião contou com representantes do Centro de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente Zumbi dos Palmares (CEDECA), do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Alagoas (Sinteal) e do Fórum Permanente Contra a Violência.
A Semudh e o Conselho ainda vão definir nomes para a menção honrosa e o homenageado da noite.