Rússia determina prisão domiciliar de jornalista
Ivan Golunov é acusado de tráfico de drogas. Defesa do repórter, que investiga casos de corrupção, diz que ele está sendo retaliado por seu trabalho e acusa polícia de agredi-lo. Anistia Internacional critica detenção.
Um tribunal em Moscou determinou neste sábado (08/06) a prisão domiciliar do jornalista investigativo Ivan Golunov, acusado de tráfico de drogas, por dois meses, enquanto o caso é investigado.
Golunov, conhecido pelos seus artigos de denúncia de corrupção envolvendo autoridades de Moscou, foi detido na quinta-feira quando estava a caminho de uma reunião com uma fonte. Segundo a polícia, drogas foram encontradas na mochila e na casa do jornalista durante uma revista.
O jornalista nega as acusações e assegura que a droga encontrada não lhe pertence. Seu advogado e seus amigos consideram que o repórter é vítima de uma armadilha.
"Não cometi nenhum crime e estou pronto para cooperar com a investigação. Não tenho nenhuma relação com drogas", afirmou Golunov ao tribunal.
A defesa de Golunov afirmou que acredita que a polícia plantou a substância ilegal nos pertences do repórter e denunciou agressões sofridas por seu cliente durante o período em que esteve detido
O jornalista foi hospitalizado no sábado após sentir-se mal, segundo informou o serviço de imprensa da polícia de Moscou. A ONG de direitos humanos Agora afirmou que ele foi vítima de maus tratos na prisão.
Segundo a agência de notícias russa Interfax, Golunov foi internado com lesões no peito e costelas e com machucados na cabeça. O diretor do hospital, porém, disse que os exames não mostraram evidências de ferimentos graves.
Em entrevista à DW, o médico berlinense Aleksandr Alekseev, amigo próximo de Golunov, afirmou que o jornalista não teve lesões cerebrais ou fraturas, mas chegou ao hospital russo com hematomas no corpo todo. "Isso significa que ele foi espancado", ressalta. Alekseev disse que obteve essas informações ao conversar com o diretor do hospital para o qual o repórter foi levado.
Golunov, de 36 anos, trabalha para o veículo online independente Meduza, que tem sua sede na Letônia. Em nota, o site afirmou que o jornalista tem recebido ameaças por causa de uma investigação que está fazendo e disse que acredita que esse foi o verdadeiro motivo da "perseguição" contra o repórter.
A detenção do jornalista foi criticada na sexta-feira pela Anistia Internacional (AI) e pela União de Jornalistas da Rússia. Segundo a AI, o caso de Golunov "desperta grande preocupação e constitui num método de pressão sobre os veículos de imprensa independentes da Rússia".
Desde a década de 1990, jornalistas críticos ao Kremlin ou autoridades locais vivem em perigo na Rússia. De acordo com o Comitê para Proteção dos Jornalistas (CPJ), uma ONG americana, 58 jornalistas foram mortos no país desde 1992.
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