Brasil

Rebelião no Pará deixa 52 mortos; 16 foram decapitados

O ataque ocorreu, segundo o secretário, logo após as celas serem destrancadas para o café da manhã

Por Folha 29/07/2019 14h02
Rebelião no Pará deixa 52 mortos; 16 foram decapitados
Presos aparecem sobre telhado em meio a fumaça durante rebelião nesta manhã - Foto: Reprodução

Uma rebelião na manhã de hoje deixou 52 presos mortos, 16 deles decapitados, no Centro de Recuperação Regional de Altamira, no Pará, de acordo com informações da Susipe (Superintendência do Sistema Penitenciário do estado). Dois agentes prisionais chegaram a ser mantidos reféns, mas foram liberados no final da manhã, depois de negociação envolvendo policiais civis e militares e promotores de Justiça.

O secretário extraordinário para assuntos penitenciários, Jarbas Vasconcelos, afirmou que o presídio foi palco de "uma guerra entre facções criminosas". "Tratou-se de uma guerra de facções. Em Altamira, há uma facção local chamada Comando Classe A (CCA) e que divide o presidio com integrantes do Comando Vermelho, e que foram esses vítimas desse ato praticado pelos integrantes da organização criminosa CCA", disse o secretário em entrevista na tarde de hoje.

O ataque ocorreu, segundo o secretário, logo após as celas serem destrancadas para o café da manhã. "O Comando Classe A rompeu o seu pavilhão e rompeu o pavilhão do Comando Vermelho. Foi um ataque de certa forma rápido, dirigido a exterminar os integrantes rivais", disse o secretário. "Eles [integrantes do CCA] entraram, colocaram fogo, mataram e pararam o ataque. Foi um ataque dirigido, localizado."

O CCA tornou-se recentemente aliado ao PCC (Primeiro Comando da Capital), que disputa com o Comando Vermelho a liderança dos presídios no Brasil.

Perguntado se uma possível falha no sistema teria levado à briga, Vasconcelos disse que não havia nenhum relatório da inteligência reportando um possível ataque, sequer dessa magnitude. No momento da ação, segundo a Susipe, o presídio tinha 309 presos --a capacidade total é de 208 internos.