Collor cogita impeachment de Bolsonaro: “Um filme que a gente já viu”
Senador e ex-presidente afirma que cometeu erros ‘crassos’ repetidos por Jair Bolsonaro

O senador e ex-presidente Fernando Collor de Mello (Pros-AL) afirmou que enxerga risco de impeachment para o presidente da República, Jair Bolsonaro. A declaração ocorreu em entrevista publicada pelo jornal O Globo, neste domingo 17.
Segundo Collor, há semelhanças entre a sua relação com o antigo PRN e o tratamento que Bolsonaro deu ao PSL. O senador afirmou que o impeachment que sofreu em 1992 aconteceu por se recusar a dividir o poder e negociar com partidos.
“Vejo semelhança entre o tratamento que eu concedi ao PRN e o que ele está conferindo ao PSL. Em outubro de 1990, nós elegemos 41 deputados. O pessoal queria espaço no governo, o que é natural. Num almoço com a bancada, eu disse: ‘Vocês não precisam de ministério nenhum. Já têm o presidente da República’. Erro crasso”, contou Collor.
Em seguida. o parlamentar disse que Bolsonaro repete a mesma relação com o PSL.
“O que está acontecendo com o Bolsonaro é a mesma coisa. A bancada do PSL foi eleita na onda bolsonarista, é verdade. Mas quando a pessoa chega e assina o termo de posse, ela vira entidade. Logo no início, ele tinha que ter dado prioridade aos 53 deputados do PSL”, afirmou. “Agora reúne a bancada para dizer que vai sair do partido? Erro crasso.”
Na mesma entrevista, Collor afirma que está “revendo um filme que a gente já viu” e que a conduta de Bolsonaro sobre sua relação com o PSL será um “desassossego” para ele. O senador diz que o impeachment é “uma das possibilidades” porque ele não dispõe de maioria de aliados no Congresso Nacional.
Além disso, o parlamentar culpou os filhos do presidente da República por promoverem uma “ação deletéria” sobre o governo. Segundo ele, a declaração do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) sobre “um novo AI-5” foi “inadmissível”.
“É uma coisa nociva. Nem na época da monarquia funcionava desse jeito. Como é que o presidente dá a senha do seu Twitter?”, comentou. “Não tenho nenhuma dúvida de que tudo o que os filhos falam é discutido com o presidente. Depois ele aparece contemporizando. Isso atrapalha. É outro fator de desagregação da base social dele.”
Collor foi eleito nas eleições de 1989, após vencer o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno. Seu mandato durou até o fim de 1992, quando o processo de impeachment foi concluído.
Veja também
Últimas notícias

Deputado Delegado Leonam cobra apuração sobre fuga de detentos em presídio de Maceió e solicita concurso público para a Polícia Penal

Prefeita Ceci celebra: Atalaia recebe nova ambulância do SAMU e garante construção de escola moderna

Deputado Alexandre Ayres cobra aplicação do Cadastro Estadual de Pedófilos após prisão de professor acusado de estuprar adolescente autista em Maceió

Copom mantém taxa básica de juros em 15% ao ano

Junqueiro continua investindo em preparação para o SAEB

Júri popular de pai acusado de matar filho de 4 anos acontece nesta quinta-feira em Maceió
Vídeos e noticias mais lidas

Alvo da PF por desvio de recursos da merenda, ex-primeira dama concede entrevista como ‘especialista’ em educação

12 mil professores devem receber rateio do Fundeb nesta sexta-feira

Filho de vereador é suspeito de executar jovem durante festa na zona rural de Batalha

Marido e mulher são executados durante caminhada, em Limoeiro de Anadia
