Alta procura faz sumir máscaras cirúrgicas de farmácias do centro de SP
Desde o início do ano, o medo do coronavírus fez aumentar a procura pelos produtos
Farmácias do centro da capital paulista estão sem máscaras cirúrgicas nas prateleiras. Desde o início do ano, o medo do coronavírus fez aumentar a procura pelos produtos, principalmente por parte de pessoas que estão com viagem marcada para a China, outros países com risco de transmissão ou quem tem parentes em regiões no exterior com registro de mortes e casos confirmados para a doença.
"Em média 20 pessoas passam por dia pela loja em busca de máscaras. Quando os produtos chegam, acabam no mesmo dia ou no máximo no dia seguinte. Hoje não temos mais. Algumas pessoas também ligam e outras querem encomendar. Muitos chineses querem porque vão viajar ou enviar para familiares que moram fora do Brasil", disse Ana Paula Souza Miranda, farmacêutica, de 31 anos.
A vendedora Stefani de Souza, de 28 anos, saiu às 8 horas nesta quarta-feira para comprar máscaras para os patrões que são chineses e estão com viagem marcada. "Procurei na 25 de março, São Bento, Anhangabaú e na República". Perto do meio-dia, ainda não tinha encontrado. "Eles vão para a China e pediram para eu comprar 50 unidades de máscaras. Não é para usar aqui. Achei que seria fácil achar, mas não é".
"Sempre que acaba comunicamos o responsável pelas compras da rede, mas nem sempre tem como enviar logo. Antes ninguém procurava por máscaras". No estabelecimento, o pacote com 100 máscaras brancas descartáveis até a semana passada custava R$ 25,90. "O novo lote, previsto para chegar até sexta-feira, 28, virá com reajuste e sairá por R$ 29,90", adiantou a farmacêutica Ana Paula.
O Estado percorreu farmácias do centro da capital paulista nesta manhã de quarta-feira, 26. Todas disseram não ter o produto para venda e muitas sem previsão de chegada. Todos os estabelecimentos, porém, adiantaram que o novo lote virá com valor reajustado.
Somente em uma loja de produtos descartáveis na Galeria Califórnia, na Rua Barão de Itapetininga, na República, região central, o Estado encontrou dois tipos de máscaras - branca e azul - na prateleira. "A procura aumentou, mas ainda temos bastante e um novo lote de 3 mil unidades chegará nos próximos dias", disse Nilma Souza.
No estabelecimento, o pacote com 100 unidades varia de R$ 16 a R$ 25,90, dependendo do modelo. "O novo lote virá com reajuste", adiantou Nilma. Na prateleira do estabelecimento, junto com as máscaras apareciam embalagens de álcool em gel. "A procura também é grande por álcool em gel, embalagens de 500 ml e de 5 litros", afirmou Nilma. O pote com 500 ml é vendido por R$ 9,5 e o galão de 5 litros, por R$ 44.
Para se precaver, a ascensorista Maria José, de 57 anos, aproveitou e comprou máscaras descartáveis e álcool em gel. "Já temos um caso confirmado no Brasil. Dá receio. Vou usar porque trabalho dentro de elevador. Vou comprar para mim e minha família. Espero que tenham máscaras para toda a população, em caso de necessidade".
Em outra farmácia, o auxiliar da loja Cleidiomar Barreto, de 30 anos, afirmou que não havia previsão para a chegada de mais máscaras. "Desde que surgiram informações do coronavírus, a procura aumentou. Querem encomendar. Muitos asiáticos procuram para mandar para familiares que moram fora porque lá também está em falta. Vamos até colocar uma placa na frente da loja avisando que não temos unidades para vender no momento".
A administradora Rosana Kamia, de 47 anos, foi uma das clientes que veio até a loja em busca de máscaras. "Estou procurando máscara para uso pessoal. Tenho receio, por causa da doença, mas não encontrei em nenhuma farmácia.
Algumas redes farmacêuticas avisam seus clientes por Whatsapp sempre que chega um novo lote. "Enviamos uma mensagem aos consumidores que nos pedem encomenda. A última cliente veio esses dias porque precisava comprar para mandar para o filho que mora na Itália. Ela disse que ele não encontrou mais no país. Assim que avisamos, ela veio comprar", disse o auxiliar de farmácia Ewerton Vinicius, auxiliar de farmácia, de 26 anos. "Já fizemos novos pedidos, mas sem previsão de chegada. Por causa do carnaval, também atrasou".