Risco de desastre faz Defesa Civil bloquear via principal do Mutange
Avenida Major Cícero de Góes Monteiro será interditada a partir de sábado (28)
O medo de que desastres ocorram fez com que a Defesa Civil de Maceió anunciasse, nesta quinta-feira (26), o bloqueio a partir de sábado (28), da Avenida Major Cícero de Góes Monteiro, principal via do bairro do Mutange. A área – segundo relatório da Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM) – é uma das afetadas pela instabilidade de solo provocada pela atividade de mineração da Braskem. Os danos foram agravados pelos efeitos erosivos provocados pelo aumento da infiltração da água das chuvas.
O bloqueio será feito pela Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (SMTT), após recomendação das equipes técnicas da Defesa Civil do Município, que constataram um aumento na instabilidade de solo na região. A interdição é preventiva e tem como objetivo garantir a segurança viária dos pedestres e condutores que circulam diariamente pelo local.
“A interdição da via é preventiva e tem como intuito proporcionar maior segurança viária aos condutores que diariamente trafegam pela região. Por conta da mudança, as interdições e desvios serão executados no trecho que vai desde a Sociedade Nossa Senhora do Bom Conselho, no acesso à Ladeira do Calmon, no Mutange, até a Rua General Hermes, na altura do Ginásio Tenente Madalena, no bairro do Bom Parto”, explicou o assessor técnico de Trânsito da SMTT, Wanderson Freitas.
Devido às mudanças no fluxo de veículos, 12 linhas de ônibus que fazem parte do Sistema Integrado de Mobilidade de Maceió (Simm) e que atendem a região do Mutange terão o itinerário modificado. Por outro lado, as operações de trens e VLT's na Estação Mutange tiveram embarque e desembarque de passageiros suspensos preventivamente. A medida anunciada pela Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), após recomendação da Braskem, no último dia 19, teve início no último sábado (21).
Alteração no trânsito
Os condutores que vierem do bairro da Santa Amélia e chegarem à Avenida Major Cícero de Góes Monteiro, em frente à Sociedade Nossa Senhora do Bom Conselho, deverão obrigatoriamente virar à esquerda e acessar a Rua Doutor Passos de Miranda (Ladeira do Calmon). A partir deste ponto, os motoristas deverão seguir pela Rua Professor José da Silveira Camerino (antiga Belo Horizonte) e seguir até a Avenida Fernandes Lima, no bairro do Farol, de onde deverão continuar com o percurso até o seu destino final.
Já os condutores de veículos que vierem do Bom Parto pela Rua General Hermes deverão efetuar um desvio à direita em frente ao Ginásio Tenente Madalena. A partir deste trecho, os motoristas deverão seguir pela Ladeira Lopes Trovão, virar à esquerda na Rua Professor Virgínio de Campos, depois à esquerda novamente na Rua Clementino do Monte, em seguida à direita na Travessa Senador Arnon de Mello, continuando o percurso até a Rua Senador Arnon de Mello. Neste ponto, o trajeto deverá ser mantindo à direita na Rua Jerusalém e logo após virar à direita na Avenida Doutor Muniz Falcão até chegar à Rua Manoel Menezes.
Ao chegar à Rua Manoel Menezes, os condutores deverão virar à direita na Alameda São Benedito e em seguida virar à esquerda na Rua Basileu de Meira Barbosa, de onde deverão seguir e virar à direita na Rua José Dionísio Sobrinho e logo após virar à esquerda na Rua Professor José da Silveira Camerino até a Rua Doutor Passos de Miranda, para então poder voltar à Avenida Major Cícero de Góes Monteiro e seguir em direção ao bairro da Santa Amélia. Já os condutores que quiserem acessar a Avenida Fernandes Lima, realizando este percurso, deverão virar à direita na Rua Professor José da Silveira Camerino e seguir até o seu destino final.
Decreto de Calamidade
O processo evolutivo de subsidência fez com que o prefeito Rui Palmeira renovasse por mais seis meses o Decreto de Calamidade Pública para os bairros Pinheiro, Mutange, Bebedouro e Bom Parto. A renovação da Calamidade Pública faz parte do processo de reconhecimento das instituições federais, uma vez que Maceió necessita de apoio financeiro, de pessoal técnico capacitado e, principalmente, da união de esforços para enfrentamento do problema que afeta mais de 40 mil pessoas.
“Nós continuamos sem respostas quanto à solução para o problema que afeta os quatro bairros e precisamos manter a união de esforços, uma vez que a situação persiste e se agrava a cada dia. Registramos a continuidade de ocorrência de danos nos imóveis, bem como a constatação, através de estudo geológico realizado nas áreas afetadas, do processo evolutivo de subsidência”, destaca o coordenador Municipal Especial de Proteção e Defesa Civil, Dinário Lemos.
Relocação da comunidade
Os trabalhos de realocação dos moradores das áreas de risco estão sendo realizados pela Braskem através de Termo de Acordo Para Apoio na Desocupação das Áreas de Risco, celebrado entre Ministério Público Federal (MPF), Ministério Público Estadual (MPE/AL), Defensoria Pública da União (DPU), Defensoria Pública Estadual (DPE).
A medida envolve aproximadamente 17 mil moradores, de acordo com estimativas da mineradora e deve ocorrer dentro de um prazo de dois anos. De acordo com a companhia, a provisão para o programa de compensação financeira e realocação das vítimas é estimado em cerca de R$ 1,7 bilhão. Outro R$ 1 bilhão será usado para fechar poços de sal-gema da empresa em Maceió, totalizando R$ 2,7 bilhões.