MP/AL lança aplicativo para receber denúncias de violência doméstica
Aplicativo ‘Proteção Mulheres’ está disponível nas plataformas Android e IOS

Os dados são significativos: no último mês de abril, segundo o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, as denúncias de casos envolvendo o crime de violência doméstica cresceram em 37,6% em todo o Brasil. O motivo principal para o aumento desses números está sendo ocasionado pela pandemia da Covid-19, que tem obrigado milhares de mulheres a ficarem mais tempo dentro de casa com o seu agressor.
Pensando em combater esse mal, o Ministério Público de Alagoas (MPAL) criou o aplicativo ‘Proteção Mulheres’, que já está disponível para ser baixado nas plataformas Android e IOS. Oficialmente, a ferramenta será lançada nesta segunda-feira (01), no canal do YouTube do órgão ministerial.
No aplicativo, idealizado pelos Núcleos de Defesa da Mulher e de Direitos Humanos, e desenvolvido pela Diretoria de Tecnologia e Informação (DTI) do Ministério Público, há informações importantes para que a vítima encontre os canais de comunicação do MPAL, como endereço, telefone, e-mails, horário de atendimento e quais são as promotorias de justiça que têm essa atribuição.
No campo ‘manifestações’, a mulher agredida ou qualquer outra pessoa que tenha conhecimento da prática do crime e queira formular uma denúncia, encontrará explicações sobre o que configura a violência doméstica, como ela está tipificada – violência física, psicológica, sexual, patrimonial ou moral – e, claro, verá o campo disponível para fazer a sua manifestação.
“Em tempos de pandemia, onde muitas mulheres estão sendo obrigadas a conviver 24 horas ao lado dos seus algozes, o Ministério Público se viu na obrigação de se aproximar dessas vítimas, mesmo que de forma virtual. Então, o aplicativo foi a solução encontrada. Vamos recepcionar as denúncias e dar a elas o encaminhamento devido, podendo ser a requisição de uma medida protetiva de urgência ou a instauração de inquérito policial”, explicou o procurador-geral de justiça, Márcio Roberto Tenório de Albuquerque.
“Fazemos um apelo para que aquelas mulheres que passam 100% do tempo ao lado de seu agressor quebrem o silêncio e nos ajudem no enfrentamento a esse processo de escalada da violência, que precisa urgentemente ser interrompido. Nossa intenção é ajudar a frear esse tipo de violência tão covarde que, lamentavelmente, por inúmeras vezes, estampam manchetes estarrecedoras nos jornais”, acrescentou o chefe do Ministério Público.
O preenchimento do formulário
No campo da manifestação, a pessoa deverá detalhar como o ilícito penal está ocorrendo, com dados sobre a vítima, o agressor e a forma que a violência está sendo praticada. “A (o) denunciante também deve informar o município onde o crime ocorreu, com o endereço para que a polícia vá até lá e, se possível, anexe algum tipo de prova, como fotos da agressão, por exemplo. Quanto mais elementos forem fornecidos, mais rápido vamos poder agir. Inclusive, se a vítima estiver precisando de medida protetiva, ela já deve solicitar de imediato”, disse a promotora de justiça Hylza Torres, coordenadora do Núcleo de Defesa da Mulher.
“Um e-mail também deve ser fornecido pela (o) denunciante para que ela (e) receba o protocolo da ocorrência e possa acompanhar o passo a passo da denúncia. Essa é uma informação importante que tem que estar em poder da pessoa que promoveu a denúncia até para que ela saiba do nosso grau de comprometimento com a causa”, declarou a promotora de justiça Marluce Falcão, coordenador do Núcleo de Direitos Humanos do MPAL.
Para a promotora de justiça Stela Valéria Cavalcanti, o projeto do app Proteção Mulheres está alinhado ao planejamento estratégico da instituição: “defender direitos e combater o crime é uma das principais missões do Ministério Público. Portanto, enfrentar a violência doméstica também é uma prioridade da nossa instituição, uma vez que esse é um crime que não atinge tão somente a vítima, mas, também, os filhos que assistem as agressões que estão sendo praticadas”, comentou, acrescentando que não somente a vítima pode denunciar, mas qualquer outra pessoa que tenha conhecimento do caso, como familiares, amigos e vizinhos.
Os dados de Alagoas
No Brasil, as denúncias envolvendo casos de violência feitas ao canal Ligue 180, tiveram aumento de 35,9% em abril, em comparação ao mesmo mês de 2019. O dado foi divulgado pelo Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, na última sexta-feira (29). E o motivo disso, claro, é o isolamento social provocado em razão da pandemia do novo coronavírus.
Nesse balanço do 180, o pódio de estado mais violento ficou com o Rio de Janeiro, que lidera o triste ranking com 78 casos para cada 100 mil habitantes. Na sequência vem o Distrito Federal, com 74,33, seguido por Mato Grosso do Sul, com 69,36. Alagoas ocupa a 5ª posição, com 45,89 casos na proporção de 100 mil habitantes.
No Ministério Público, em 2019, somente nas 35ª, 38ª e 43ª Promotorias de Justiça da capital, todas com atribuição no combate à violência doméstica, os promotores de justiça Adézia Lima de Carvalho, Ariadne Dantas Meneses e Carlos Tadeu Vilanova Barros atuaram em 4.105 processos, tendo participado de quase 1,1 mil audiências ao longo do ano. Agora em 2020, os números já somam 2.953 ações que estão tendo a atuação dos referidos promotores de justiça.
Veja também
Últimas notícias

São João de Arapiraca encerra com shows de Cavaleiros, Millane Hora, Fascínio e Samyra Show

Homem é acusado de roubar celular em ponto de ônibus no bairro Santo Amaro, em Maceió

Coruripe Arretado coloca a cidade entre os maiores polos juninos do Brasil

Heyton, o Boyzinho, conquista público em Arapiraca com show elogiado

Mulher abandona três crianças em casa no interior de Alagoas; caso mobiliza PM e Conselho Tutela

Dupla é presa em flagrante dentro de agência bancária por suspeita de aplicar golpes em idosos no Centro de Maceió
Vídeos e noticias mais lidas

Alvo da PF por desvio de recursos da merenda, ex-primeira dama concede entrevista como ‘especialista’ em educação

12 mil professores devem receber rateio do Fundeb nesta sexta-feira

Filho de vereador é suspeito de executar jovem durante festa na zona rural de Batalha

Marido e mulher são executados durante caminhada, em Limoeiro de Anadia
