Hospital de Campanha para a Covid-19 atende 40 pacientes em 10 dias de funcionamento
Unidade recebe apenas pacientes regulados e assegura atendimento de média complexidade
Em 10 dias de funcionamento, o Hospital de Campanha Dr. Celso Tavares, localizado no Centro Cultural e de Exposições Ruth Cardoso, no bairro de Jaraguá, em Maceió, atendeu 40 pacientes com a Covid-19, e 15 deles já receberam alta médica. O novo equipamento de saúde, que conta com 150 leitos clínicos e oferece um serviço intermediário entre os prestados por uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e um hospital convencional, atende apenas pacientes encaminhados pela Central Estadual de Regulação.
Isso significa dizer que, ao contrário das Centrais de Triagem localizadas no Ginásio do Sesi e no Shopping Pátio Maceió, que recebem demanda espontânea, o Hospital de Campanha Dr. Celso Tavares admite, exclusivamente, pacientes encaminhados pelas UPAs. Para isso, no entanto, os usuários não podem ser menores de 18 anos, portadores de cardiopatias descompensadas, renais crônicos com prescrição de hemodiálise, oncológicos em estado crítico, com indicação para estarem em um leito de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e, no caso das mulheres, é vedada a internação para gestantes ou puérperas (período que compreende os 45 dias após o parto).
Diante desses critérios e com base no quadro clínico do paciente que está na UPA, os médicos da Central Estadual de Regulação irão decidir se ele precisa ir para um hospital convencional ou se necessita de uma assistência intermediária, como a ofertada pelo Hospital de Campanha Dr. Celso Tavares. “Nenhum paciente pode vir de forma espontânea, sem que passe por uma das UPAs e haja a indicação clínica e o encaminhamento. Temos o perfil de prestarmos uma assistência médica intermediária e, caso haja uma piora no quadro clínico do paciente, fazemos a regulação e o encaminhamos para um leito hospitalar, que pode ser no Hospital da Mulher ou Metropolitano, como já fizemos com 5 dos 40 pacientes que já atendemos”, explicou a diretora-geral, Marcelle Perdigão. Também há leitos hospitalares contratualizados pelo Estado na rede privada.
Respiradores – Quando um paciente tem uma piora em seu quadro clínico, o Hospital de Campanha Dr. Celso Tavares conta com quatro Salas de Estabilização, que dispõem de respiradores, segundo explica a diretora-geral. Caso haja necessidade, o usuário é encaminhado imediatamente para este local reservado, onde é entubado e transferido para um dos hospitais que compõem a rede do Sistema Único de Saúde (SUS), onde receberá assistência de alta complexidade e ficará em um leito de UTI, destinado a pacientes com complicações decorrentes da Covid-19.
“Graças a esse fluxo preestabelecido, estamos conseguindo atender a todos os usuários de forma satisfatória e não registramos nenhum óbito neste período, porque temos assegurado a assistência necessária, conforme é especificada para uma unidade de porte intermediário e de baixa e média complexidade, como é o Hospital de Campanha Dr. Celso Tavares. Como prova da eficiência do nosso trabalho, 15 pacientes já estão no conforto de suas casas, sob os cuidados de seus familiares”, destacou a diretora-geral, Marcelle Perdigão.
Recuperação – Entre os pacientes que já passaram pelo Hospital de Campanha Dr. Celso Tavares e já receberam alta médica está a aposentada Rosa Felícia da Silva, de 81 anos. Após sete dias internada sob os cuidados da equipe multidisciplinar da unidade, ela não escondeu a gratidão por toda a assistência recebida durante a semana em que travou uma batalha contra o novo coronavírus.
“Agradeço a essas irmãs [enfermeiras], porque cheguei aqui morta. Mas cuidaram de mim com carinho e amor. Tenho que agradecer muito a Deus e a elas. Renovei a minha vida”, resumiu Dona Rosa, ao deixar o prédio do primeiro hospital de campanha de Alagoas destinado a tratar pacientes com a Covid-19, que recebeu o nome do infectologista Celso Tavares, doutor em Ciências e servidor de carreira da Sesau por 37 anos, falecido após sofrer infarto no dia 9 de fevereiro deste ano.