Maceioenses fecham o mês de junho com mais dívidas, diz pesquisa
Percentual chegou a 72%, o equivalente a 217 mil pessoas endividadas; 5 mil a mais do que em maio

Após se manter estável entre março e maio, o endividamento do consumidor subiu e fechou o mês de junho em 72%, segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC) de Maceió, realizada pelo Instituto Fecomércio AL em parceria com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
O percentual representa um aumento de 2,37% em relação a maio, elevando para 217 mil o número de pessoas com dívidas (eram 212 mil). Comparado a junho de 2019, o volume de endividados está 9,82% maior. Apesar desta elevação no endividamento em geral, houve uma estabilização - mas com viés de queda - no número de consumidores com contas em atraso e inadimplentes: recuo de 0,85% nas contas em atraso, saindo de 92.208 para 91.416 pessoas; e queda de 0,26% na inadimplência, reduzindo de 51.236 para 51.096 pessoas.
Para o assessor econômico da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Alagoas (Fecomércio AL), Felippe Rocha, o aumento no nível de endividamento sugere que os consumidores da capital estão recorrendo ao crédito para adquirirem bens e quitarem contas, ao mesmo tempo em que estão conseguindo reduzir suas dívidas e renegociar débitos há muito sem pagamento. “Três fatores contribuíram para esta situação: o auxílio emergencial, a postergação de dívidas e o isolamento social. O auxílio emergencial injetado na capital explica o maior nível de contas pagas em dia e a redução da inadimplência”, avalia. Isso porque, entre abril e junho, 268 mil moradores da capital foram beneficiados com o recurso, que movimentou R$ 195 milhões com um valor médio de R$ 730,11. Os dados são do Portal da Transparência.
Já a postergação de dívidas permitida pelo Banco Central do Brasil (BACEN) deu aos cidadãos a possibilidade de adiarem o pagamento de empréstimos e do financiamento habitacional, trazendo alívio nas contas e renda disponível, enquanto o isolamento social, por si só, reduziu os gastos diários dos consumidores com combustível, passagens no transporte coletivo, almoço fora de casa e outros custos, garantindo um alívio no bolso e a possibilidade de pagamento de dívidas.
“Vale apenas frisar que, embora o auxílio emergencial tenha sido estendido por mais dois meses, a renda adicional irá acabar e, dado o nível de endividamento, mesmo com pagamento em dia das contas, é importante que os consumidores comecem a se planejar para evitar que o nível de inadimplência se descontrole após esse período”, orienta o economista.
Contexto
Se em maio o uso do cartão representou 90% das motivações para o endividamento, em junho, ocorreu um salto de 1,9 p.p., ficando em 91,9%, o que indica que as pessoas estão recorrendo a este instrumento financeiro não apenas para adquirir bens, mas também para quitar contas.
Os carnês de loja saíram de um pouco mais que 16% (maio) para 22,2% (junho), um incremente próximo de 6 p.p., demonstrando que os consumidores estão comprando bens duráveis e semiduráveis por financiamento. A contratação de crédito pessoal representou 7,2% na aquisição de novas dívidas dos maceioenses.
Entre os 91 mil que atrasam, mas pagam, 42,1% possuem outro membro de sua residência passando pela mesma dificuldade, enquanto para 57,8% a indicação é de que apenas eles passam por esse problema. O grupo passa, em média, 75,5 dias sem quitar suas dívidas.
Entre os 51 mil inadimplentes, apenas 9,1% conseguirão pagar integralmente o saldo devedor e se livrarão dos débitos. Outros 19,2% indicaram que haverá renegociação e pretendem pagá-la parcialmente, mas 55,9% não terão como pagar, nem integralmente, nem parcialmente.
Em média, os endividados estão passando 6,4 meses com alguma dívida, comprometendo cerca de 27,9% da renda disponível com o pagamento de cartões de crédito, empréstimos e financiamentos em geral.
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