Laboratório de Wuhan volta a negar que deixou escapar coronavírus
A teoria de maior consenso é que o vírus teria sua origem em um morcego
O laboratório de virologia de Wuhan, acusado de ter liberado o vírus que causou a pandemia de COVID-19, defendeu suas medidas de segurança em reportagem exibida pela televisão chinesa.
Localizado na cidade onde o vírus apareceu no final do ano passado, o laboratório P4 trabalha com cepas de vírus particularmente perigosas, e há hipóteses que sugerem que esteve na origem da pandemia.
O diretor do Laboratório Nacional de Biossegurança, Yuan Zhiming, rebateu essa ideia em uma reportagem produzida pela televisão estatal CCTV.
"Sem autorização, nenhum mosquito pode entrar no laboratório", disse Yuan na matéria que parece ter sido realizada dentro das instalações, inauguradas em 2017.
"Nenhum dos nossos técnicos de laboratório pode tirar nem uma gota de água, ou um pedaço de papel", assegurou.
A teoria de maior consenso é que o vírus teria sua origem em um morcego, ou um pangolim, e que depois passou para o Homem.
O provável local de contaminação seria um mercado de Wuhan, onde animais selvagens eram vendidos vivos.
A epidemia já contaminou 12 milhões de pessoas no mundo, com mais de meio milhão de mortes.
Yuan Zhiming considerou "natural" seu laboratório despertar suspeita, porque é o mais próximo do epicentro da epidemia. Ele disse, porém, estar confiante de que "os rumores se dissiparão progressivamente".
"Não houve fuga de patógenos, ou contaminação humana", no laboratório, construído em colaboração com a França, frisou o diretor.
Segundo Yuan, embora pareça que o laboratório seja "uma caixa-preta secreta", na verdade, é "muito aberto e transparente" e espera receber pesquisadores estrangeiros no futuro.
Apesar dos vários pedidos, a AFP não obteve autorização para visitar o laboratório, desde o início da pandemia.
Estados Unidos e Austrália, entre outros países, acusam a China de falta de transparência e pediram uma investigação internacional sobre a origem do vírus.