OMS: “Abrir economia sem ter controlado o vírus é receita para o desastre”
Tedros Ghebreyesus, diretor-geral da entidade, criticou retorno às atividades sem que transmissão da Covid-19 esteja sob controle
Durante entrevista coletiva, na tarde desta segunda-feira (31/8), o diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, voltou a falar que a pandemia de coronavírus ainda não acabou e que abrir a economia sem ter controlado o vírus é uma “receita para o desastre”.
“Depois de oito meses, as pessoas estão cansadas e querem seguir suas vidas, os países querem recuperar a economia. Isso também é o que a OMS quer. Queremos a volta das crianças nas escolas, as pessoas em seus trabalhos, mas defendemos que isso ocorra de forma segura”, afirmou o diretor-geral.
Ele alerta que a pandemia ainda não acabou, e que o vírus, além de se espalhar rapidamente, é fatal. “Se governos querem abrir suas sociedades, precisam se comprometer em acabar com a transmissão”, disse. “Esse equilíbrio pode ser feito, apesar de parecer impossível.”
A infectologista responsável pela resposta da entidade à pandemia, Maria Van Kerkhove, explicou ainda que o “novo normal” inclui mudanças no dia a dia para evitar a contaminação. A necessidade de distanciamento de pelo menos um metro, de uso de máscara e de higiene das mãos foi reforçada. Ela lembrou que a decisão de seguir as recomendações é uma responsabilidade pessoal.
Tedros terminou a coletiva alertando que tem ouvido alguns países dizendo que “só os idosos estão morrendo”. Para ele, considerar a morte de pessoas mais velhas como natural é uma “falência moral” da sociedade. “Toda vida é necessária, temos que fazer de tudo para salvá-las”, afirmou.