Maceió

Em greve há 30 dias, funcionários dos Correios fazem ato em Maceió

De acordo com a entidade, mais de 500 trabalhadores cruzaram os braços

Por Marcos Filipe Sousa 17/09/2020 15h03 - Atualizado em 18/09/2020 10h10
Em greve há 30 dias, funcionários dos Correios fazem ato em Maceió
Assembleia dos Correios em Alagoas - Foto: Ascom Sintect/AL

Em greve há um mês, trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) se reuniram novamente nesta quinta-feira (17), no Centro de Logística, no Distrito Industrial, na parte alta da capital.

As manifestações são uma resposta da categoria que vem realizando uma série de atos como parte do movimento nacional, organizado em todas as capitais do país contra a retirada de direitos, como adicional de 30% do salário-base, redução do valor do tíquete-restaurante e corte do auxílio pago a empregados que têm filhos com deficiências, como a síndrome de Down. 

Segundo o presidente do Sintect-AL, Alysson de Oliveira, uma última negociação ocorreu na sexta-feira (11), mas a empresa não teria aceitado a proposta e o julgamento final no Tribunal Superior do Trabalho (TST) deve ocorrer na próxima segunda-feira (21).

Amanhã (18) um novo ato está marcado na Agência Central, localizada na Rua do Sol, no Centro de Maceió.

De acordo com a entidade, mais de 500 trabalhadores cruzaram os braços nesse um mês de greve.

Correios aguarda decisão da justiça para retomar sua qualidade operacional

Em nota enviada ao 7Segundos, os Correios esclarece que desde o mês de julho vêm tentando negociar os termos do Acordo Coletivo de Trabalho 2020/2021, em um esforço para fortalecer as finanças da empresa e preservar sua sustentabilidade. Os Correios também afirmou que, "enquanto os sindicatos insistem em manter uma proposta imprudente, tendo em vista a crise atual, a empresa entende que não há margem para medidas incompatíveis com a situação econômica atual e vislumbra uma economia da ordem de R$ 800 milhões ao ano, apenas com o racionamento dos gastos com pessoal: o suficiente para recuperar, em três anos, o prejuízo de R$ 2,4 bilhões acumulados em gestões passadas".

Veja a nota na íntegra:

Desde o mês de julho, os Correios vêm tentando negociar os termos do Acordo Coletivo de Trabalho 2020/2021, em um esforço para fortalecer as finanças da empresa e preservar sua sustentabilidade.

Enquanto os sindicatos insistem em manter uma proposta imprudente, tendo em vista a crise atual, a empresa entende que não há margem para medidas incompatíveis com a situação econômica atual e vislumbra uma economia da ordem de R$ 800 milhões ao ano, apenas com o racionamento dos gastos com pessoal: o suficiente para recuperar, em três anos, o prejuízo de R$ 2,4 bilhões acumulados em gestões passadas.

É imprescindível que acordos dessa natureza reflitam o contexto em que são produzidos e, de forma alguma, contribuam para o acúmulo de prejuízos ou falência. As paralisações regulares e inconsequentes, além de afetarem a imagem da instituição e de seus empregados perante a sociedade, trazem prejuízos financeiros não só à própria estatal: grandes e pequenos empreendedores brasileiros contam com o bom funcionamento da empresa para manterem seus negócios vivos, sobretudo no contexto atual.

Em um cenário no qual o desemprego cresce aceleradamente e as incertezas impostas pela crise não apontam qualquer perspectiva, é um feito hercúleo manter uma empresa de porte nacional funcionando sem sacrificar, sobretudo, os empregos de seus trabalhadores. Os Correios têm promovido o saneamento de suas finanças com a transparência de sempre, com foco nas melhores práticas de administração e governança do Brasil e do mundo, consonante com determinações do Ministério da Economia.

Ao mesmo tempo, a empresa luta para atravessar uma crise mundial sem precedentes e busca oportunidades de alavancar seu negócio em um dos poucos segmentos com capacidade de crescimento: o e-commerce. Para isso, os Correios seguem trabalhando a despeito de paralisações: durante fins de semana e feriados, os empregados têm unido forças para garantir a entrega de milhões de objetos.

A transformação da cultura de consumo global aponta para uma urgente necessidade de adaptação e inovação, o que requer dinheiro em caixa. Para que a empresa permaneça firme no caminho da recuperação econômica, os erros das gestões passadas exigem, hoje, medidas racionais: apenas investimentos inteligentes viabilizarão o posicionamento dos Correios como a melhor opção do mercado, prontos para competir em pé de igualdade com outros gigantes logísticos e, assim, garantir sua sustentabilidade.

A empresa aguarda o julgamento do dissídio marcado para o próximo dia 21/9 e, com ele, o retorno dos trabalhadores, cientes da sua responsabilidade para com a sociedade e da sua importância para a prestação de serviços essenciais à população, em um momento tão delicado para o país e o mundo.