Política

Vereadores tem primeiro embate na Câmara de Maceió e assunto precisa ser retirado de pauta

Olívia Tenório disse que parlamento “não pode priorizar quem tem amigos na Casa”

Por Berg Morais 23/02/2021 17h05 - Atualizado em 23/02/2021 17h05
Vereadores tem primeiro embate na Câmara de Maceió e assunto precisa ser retirado de pauta
Câmara de Maceió - Foto: Assessoria

A primeira sessão ordinária da Câmara Municipal de Maceió, nesta terça-feira (23), foi marcada pela discussão em torno dos grupos que estão sendo caracterizados como prioritários para receber a vacina contra a Covid-19 na Capital. O debate foi iniciado após leitura de indicação de autoria do vereador Brivaldo Marques (PSC), que sugeriu a inclusão dos trabalhadores da Assistência Social na classificação prioritária.

Durante a discussão da indicação, a vereadora Olívia Tenório (MDB) pediu que a matéria fosse retirada de pauta pelo fato de não ter tempo hábil para apreciação das justificativas. “A questão é que a pauta do dia foi entregue já no final da manhã. Eu me sinto um pouco desconfortável de votar essa indicação sem entender a fundo qual a necessidade de os profissionais de assistência social terem essa priorização”, explicou.

Destacando a importância dos profissionais da área de Assistência Social, Olívia Tenório disse que é contra priorizar apenas categorias que possuem representantes no parlamento. “Se a gente der prioridade sempre apenas a quem tem amigos aqui dentro, fica complicado de a gente vacinar todos os grupos prioritários”, disparou a vereadora citando outras classes, como os trabalhadores da Educação, que estão retomando as atividades e também não foram vacinados.

Olívia Tenório também chamou atenção para o fato de a inclusão de novos grupos na classificação prioritária irá gerar morosidade para a imunização de toda a sociedade. “Se colocar todas essas prioridades, todas as pessoas que não tenham nenhum amigo aqui dentro, muita gente não vai ser vacinado nunca”, emendou.

O vereador João Catunda (PSD) também entrou na discussão da matéria e discordou das alegações apresentadas pela colega parlamentar. “Os profissionais trabalham com a população de alta vulnerabilidade. É necessário que eles entrem sim nessa classe de prioridade da vacinação. Falo com prioridade por participar durante dois anos da secretaria de Assistência Social do estado. Tem também o vereador Marcelo Palmeira, que foi secretário do município e não me deixa mentir”, pontuou.

Tenório voltou a se posicionar de forma contrária a matéria, mas deixando claro que não está desmerecendo a categoria. Ela retrucou a justificativa de Catunda alegando que outros vinte e três parlamentares não atuaram na pasta de Assistência Social para terem conhecimento de causa.

“Em nenhum momento eu quis dizer que eles não merecem. Eu só acho que não teve tempo hábil de a gente analisar realmente que há essa necessidade. Vocês dois trabalharam na assistência social, então entende mais isso. Mais aqui somos 25 e 23 não trabalharam na secretaria. Então acho que precisamos pelo menos entender melhor, analisar os demais grupos, para saber se é o caso de ser um grupo prioritário”, respondeu.

A discussão foi encerrada com o posicionamento da vereadora Silvânia Barbosa (PRB), que destacou que a Casa de Mário Guimarães deve discutir vacinação para a população em geral, “não de categorias A ou B”. “Acho que temos que repensar muito quais são essas prioridades. Vários idosos que sofrem de problemas sérios como hipertensão e diabetes, também precisam ser vacinados. Não estou desmerecendo. Mas não vejo tão prioritária assim a questão de assistente social. Linha de frente é quem está dentro de um hospital, na UTI, tratando diariamente de infectados”, concluiu.