Covid -19

Brasil completa 2 meses de vacinação com ritmo lento, diz infectologista

Por Isto É 18/03/2021 09h09 - Atualizado em 18/03/2021 11h11
Brasil completa 2 meses de vacinação com ritmo lento, diz infectologista
Campanha de vacinação no Parque da Cidade, em Brasília, em março de 2021 - Foto: Reprodução/Web

O Brasil completou 2 meses de vacinação contra a covid nesta 4ª feira (17.mar.2021). Durante esse período o país aplicou ao menos a 1ª dose em 5% dos seus 213 milhões de habitantes, segundo a projeção do IBGE para 2021. É 17 pontos percentuais a menos que os Estados Unidos, que começou a vacinação 2 meses antes e tem 118 milhões de pessoas a mais que o Brasil –de acordo com a projeção da ONU para a população do país norte-americano e os dados de vacinados do Our World in Data.

“A gente está passando pelo pior momento da pandemia e talvez se a vacina tivesse chegado um pouco mais cedo, isso não estivesse acontecendo”, afirmou o médico Alexandre Cunha. O infectologista do Hospital Sírio-Libanês e consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia afirma que o Brasil está “caminhando a passos muito, muito, lentos“.

Segundo ele, é necessário comparar a vacinação contra a covid no país com a de outras nações com extensão e população parecidas. Quando os EUA completaram 2 meses de vacinação, em 14 de fevereiro, 11% da população do país já havia sido vacinada. Contudo, o PIB norte-americano é 15 vezes maior que o brasileiro.

Cunha diz que o Brasil tem um dos maiores programas de vacinação do mundo. O problema, segundo ele, foi a disponibilidade de doses de imunizantes. “O ritmo é lento não porque a gente não tem a capacidade logística, mas por indisponibilidade da vacina“, declara.

Para Cunha, faltou foco do Ministério da Saúde para garantir vacinas. “A gente tem um ministério que não falava da vacina como prioridade“, declara. “O Ministério da Saúde estava mais preocupado em difundir estratégias como tratamento precoce“, diz. O médico cita as recomendações feitas pelo governo para uso de cloroquina e outros remédios que tiveram sua ineficácia comprovada contra a covid.