São Paulo registra a primeira morte de paciente por falta de leito
Estado de São Paulo já contabiliza 71 óbitos na fila de transferência para leitos de internação em 17 cidades
A cidade de São Paulo registrou a primeira morte de um paciente ocasionada por falta de leito para internação no Hospital São Mateus, na zona leste da capital. O óbito foi divulgado pelo prefeito Bruno Covas (PSDB) na manhã desta quinta-feira (18). A CNN confirmou a informação com as autoridades municipais. Ainda não há mais detalhes sobre o perfil da vítima.
Levantamento feito pela CNN junto às Secretarias Municipais de Saúde mostra que o estado de São Paulo tem atualmente 71 mortes de pacientes que aguardavam a transferência para leitos em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e enfermaria, em 17 municípios. Os números tendem a crescer, pois, muitas prefeituras ainda não responderam às solicitações feitas pela reportagem.
São Paulo entrou em colapso nesta quinta-feira ao ultrapassar 90% de ocupação em leitos de UTI. Especialistas ouvidos pela CNN explicam que níveis de ocupação acima de 90% já configuram colapso porque não há mais margem para rotatividade dos pacientes nos leitos.
A cidade de Taboão da Serra, onde a há o maior número de óbitos, registrou todos as mortes em um período de 9 dias, entre os dias 5 e 14 de março. De acordo com a prefeitura, outros 5 pacientes faleceram na fila de espera por um leito de internação, mas as autoridades decidiram não contabilizar como óbito aguardando transferência para a UTI.
"Os pacientes já chegaram em estado grave e faleceram em horas, por isso não estão contabilizados como a espera de leitos de UTI", diz a nota divulgada pela Prefeitura de Taboão da Serra.