Alagoas se aproxima do pico de óbitos registrados por semana
Foram 151 vidas perdidas nesta semana no estado
Alagoas registra, nesta 12ª Semana Epidemiológica, 151 óbitos causados pela Covid-19, valor próximo ao pico de 158 mortes observado na primeira onda e um aumento de 13% em relação à semana anterior.
Já o número de casos da doença teve queda. Segundo o relatório da semana do Observatório Alagoano de Políticas Públicas para o Enfrentamento da Covid-19 (OAPPEC), o número de casos se aproxima do registrado duas semanas atrás, com 4.794 notificações.
A queda de 30% no número de casos veio acompanhada, também, de um aumento no ritmo de testagem do Laboratório Central do Estado (Lacen), com acréscimo de 150% no número de exames processados nas últimas duas semanas. A proporção de testes RT/PCR que retornam positivos segue a mesma: 43%. O número de casos pendentes, contudo, segue superior aos dez mil, diariamente.
A 2ª Macrorregião de Saúde do Estado se encontra na situação mais crítica quando o assunto é ocupação hospitalar. Santana do Ipanema e Palmeira dos Índios se encontram com seus leitos em lotação total, enquanto Arapiraca, a segunda maior cidade do estado, possuía somente dois leitos de UTI disponíveis neste último domingo.
Nos municípios do Alto Sertão, a 10ª Região Sanitária é a única que apresentou aumento simultâneo no número de casos e de óbitos. Já com números superiores aos da primeira onda, a região registrou 131 casos e 6 óbitos, com o último indicador sendo três vezes maior ao da semana anterior.
Com uma redução no índice de ocupação dos leitos desde a semana anterior, projeções feitas pelos pesquisadores do OAPPEC apontam que, mantido o ritmo atual de ocupação, os leitos de UTI hoje disponíveis serão suficientes para suprir a demanda até o fim da semana. Se destaca, contudo, que a distribuição é desigual entre os municípios o que têm causado saturações pontuais.
Pesquisas apontam que a mortalidade entre pacientes entubados da Covid-19 tem aumentado no Brasil, elevando a média nacional que ultrapassa 80%. Por isso, a estabilização aparente no número de casos e internações não deve ser tomada por garantida, podendo a saturação do sistema de saúde ainda ocorrer caso não haja medidas de contenção.
Nesta semana, foi ressaltada pelos pesquisadores do Observatório a importância da imunização coletiva para o controle da transmissão, conforme tem sido observado em vários países ao redor do mundo. Medidas mais rígidas de isolamento, como os 14 dias de restrição de circulação recomendados pela Fiocruz, ainda podem ser necessárias, e somente a colaboração de cada cidadão pode tornar as medidas de contenção eficazes.