Estudo encontra substâncias tóxicas em leite materno de mães
Concentração de substâncias usadas em embalagens plásticas traz risco para saúde de bebês que amamentam, diz pesquisa
Um estudo apontou uma alta quantidade de substâncias tóxicas no leite materno coletado de mães nos Estados Unidos, considerado um risco para bebês que amamentam.
A pesquisa divulgada no periódico Environmental Science and Technology encontrou as substâncias químicas perfluoroalquil e polifluoroalquil, conhecidas como a sigla PFAs, no leite de 50 mulheres.
Estas substâncias são usadas na indústria química para impermeabilizar tecidos e embalagens plásticas. São também conhecidas como “substâncias eternas” por não se decomporem naturalmente e terem capacidade de se acumularem no organismo humano.
Segundo os pesquisadores, os resultados do estudo indicam que tanto os restos de PFAS encontrados quanto o uso atual de produtos que contém as substâncias contaminam o leite materno, expondo mães e os lactentes.
Os cientistas analisaram a concentração de 39 PFAS no leite materno, e 16 desses PFAS foram detectados em todas as 50 amostras testadas.
Segundo os pesquisadores, a concentração de PFAS no leite materno variou de 52 a 1.850 pg / mL, com uma concentração mediana de 121 pg / mL – até 2.000 vezes maior do que o aceitável por órgãos de saúde para ser ingerido.
O estudo mostra que a contaminação do leite materno por PFAS é provavelmente universal nos Estados Unidos e que esses produtos químicos prejudiciais estão contaminando o que deveria ser o alimento perfeito da natureza, aponta Erika Schreder, coautora do estudo e diretora científica da Toxic Free Future, organização sem fins lucrativos de Seattle, que impulsiona a indústria a encontrar alternativas aos produtos químicos.