Polícia investiga morte por possível envenenamento com cerveja
Unidades da cerveja suspeita foram recolhidas para testes, mas empresa nega irregularidade na produção I
A Polícia Civil de Minas Gerais investiga a morte de Antônio Paulo dos Santos, de 61 anos, que morreu no último dia 27 de maio, depois que biópsia renal do homem apontou envenenamento por dietilenoglicol, mesma substância tóxica encontrada em cervejas da marca Backer entre novembro de 2019 e janeiro de 2020.
Entre as fontes da contaminação consideradas pela polícia estão latas de cerveja da marca Brussels, consumidas por Antônio, que era policial militar de reserva, em uma comemoração de dia das mães.
Poucos dias depois ele passou mal e foi encaminhado para o Hospital Albert Sabin, onde foi medicado e liberado, apresentando sintomas semelhantes ao de uma intoxicação alimentar.
Mas em apenas quatro dias Antônio retornou ao hospital já com um quadro de insuficiência renal. O paciente foi encaminhado para a UTI e acabou morrendo no dia 27 de maio.
Segundo a Polícia Militar, a esposa do homem informou que a Vigilância Sanitária recolheu outras unidades da cerveja que estavam na casa do casal.
Em nota, a Fundação Ezequiel Dias (Funed) informou que o Departamento de Vigilância Sanitária da Secretaria de Saúde da Prefeitura de Juiz Fora, a pedido do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde de Minas Gerais, recolheu e enviou para análise o produto suspeito. O material recolhido está sendo analisado e o caso segue em investigação.
O Hospital Albert Sabin confirmou a morte do paciente mas informou que não vai se manifestar sobre o caso.
Por meio de comunicado, a cervejaria afirmou que a empresa utiliza apenas Álcool Etílico Potável para o sistema de resfriamento, na concentração de 18% e que não faz uso de nenhuma outra substância, em qualquer parte do processo, fato esse atestado pela inspeção do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - MAPA.
Um problema na refrigeração industrial com dietilenoglicol foi uma das principais causas apontadas como meio de contaminação das cervejas da Backer, já que é uma substância tóxica e que não pode ser ingerida.
O caso foi encaminhado para a 6ª Delegacia de Polícia Civil em Juiz de Fora, onde um procedimento investigativo foi instaurado. A Polícia Civil aguarda o laudo de necropsia para determinar a causa da morte.