Crianças e adolescentes são queimados por caravelas na praia do Francês
As vítimas eram turistas vindos de Brasília (DF)
Duas crianças e três adolescentes ficaram feridos após serem queimados por caravelas, em um trecho da Praia do Francês, em Marechal Deodoro. O acidente aconteceu na últimas sexta-feira (25).
Segundo os militares, as vítimas tinham 6, 11, 13,17 e 18 anos, e foram socorridas pela guarnição. As vítimas eram turistas vindos de Brasília (DF).
De acordo com o professor e pesquisador do Laboratório de Ictiologia e Conservação da Universidade Federal de Alagoas campus Penedo (Ufal-Penedo), Cláudio Sampaio, as caravelas são Cnidários, animais invertebrados marinhos que possuem uma célula urticante, ou seja, quando são tocadas ou pisadas acabam disparando um veneno como defesa capaz de causar queimaduras.
Muitas pessoas confundem caravelas com águas-vivas por pertencerem ao mesmo filo de animais exclusivamente aquáticos, mas há diferenças entre elas.
“Caravelas possuem esse nome devido à utilização dos ventos para seu deslocamento, semelhante às embarcações portuguesas. Esses animais flutuam nos oceanos, sendo trazidos para as praias e águas costeiras durante períodos de ventos do quadrante Sul e Leste, que ‘varrem’ esses e outros animais que vivem flutuando nos oceanos para as praias. As águas-vivas vivem submersas, em diferentes profundidades e as correntes marinhas trazem esses animais para águas costeiras e praias. Os dois animais, caravelas e águas-vivas, podem causar acidentes dolorosos e perigosos, especialmente para idosos e crianças ou alérgicos”, disse o pesquisador.
O pesquisador também orientou que as pessoas que forem atingidas por esses animais devem procurar o guarda-vidas ou, em casos mais graves, uma unidade de saúde.
“A prevenção é observar com atenção a direção dos ventos, se há caravelas ou águas-vivas encalhadas nas praias e consultar os salva-vidas. Se forem queimadas pelos animais, as pessoas devem lavar o local atingido com água do mar ou vinagre, jamais esfregar, passar a mão ou lavar com urina”, disse o professor Cláudio Sampaio.