“O que aconteceu no bairro de Bebedouro é pior que a Covid-19”, dispara deputado
Braskem é apontada como responsável pelo afundamento do solo na região
O deputado Galba Novaes (MDB) usou a tribuna da Casa de Tavares Bastos, nesta quarta-feira (1º), para relatar sobre os prejuízos causados ao bairro de Bebedouro advindos da exploração de sal-gema pela Braskem. A mineradora é apontada como responsável pelo afundamento do solo na região.
"A situação que aconteceu no bairro de Bebedouro, Mutange e Pinheiro é pior do que a pandemia de Covid-19. O que a pandemia fez? ela isolou a gente, cercou a gente, deixou a gente numa cancela, em nossa residência, porque não podíamos sair de casa, ter comunicação, estar próximo um do outro, por conta do contágio", destacou o deputado.
"A situação que passa o bairro de Bebedouro, mais especificamente, é pior. É uma família que mora numa residência. São 60 mil pessoas. É comparar aquele bairro com a cidade de Marechal todinha. Acaba Marechal Deodoro, tira todo mundo, a cidade não vai existir mais e vamos realocar todo mundo. É isso que tá acontecendo lá no bairro. São 57 mil famílias sofrendo com essa situação", completou Galba.
O parlamentar afirmou que deu entrada, nesta quarta-feira, em um requerimento para convocar uma audiência com representantes do Ministério Público Estadual (MPE), Ministério Público Federal, Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), dos bairros Mutange, Bebedouro e Bom Parto, órgãos ambientais, tanto estaduais como municipais, com o intuito de fazer uma discussão ampla sobre as indenizações.
"Nós temos 15 mil indenizações aprovadas. Das 15 mil, 5 mil já foram pagas. 10 mil não receberam nada. Setembro é o mês de prevenção e combate ao suicídio. Essa situação me deixou preocupado. Já tem mais de 10 pessoas que provocaram suicídio devido ao problema que vem passando em relação as indenizações da Braskem, que não tem continuidade, um cronograma e divulgação de como isso será divulgado", completou Galba.