Avanço de Lagoa Mundaú ameaça desaparecimento de 13 hectares de manguezal
Tragédia afeta também os animais do ecossistema
Os prejuízos da extração do sal-gema, pela Braskem, têm afetado mais do que a área urbana da capital alagoana. De acordo com o primeiro estudo específico sobre a situação ambiental dos mangues, realizado pela empresa, aproximadamente 13 hectares de manguezal estão desaparecendo por conta do afundamento do solo e, consequentemente, o avanço da lagoa Mundaú.
O Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA) teve ciência do caso através de reuniões virtuais, mais ainda não obteve os documentos. Segundo o coordenador de gerenciamento costeiro do IMA, Ricardo César, o manguezal não tem condições de sobreviver 100% do tempo inundado.
Segundo ele, o afundamento já era previsto, mas os agentes do instituto foram surpreendidos pela velocidade com que ocorreu. A tragédia afeta também os animais do ecossistema.
O Mangue está na legislação como área de preservação permanente. Isso porque estabiliza as margens, retendo a lama escura do solo que poderia acabar no oceano, afetando posteriormente os recifes de coral.
César falou que o IMA irá trabalhar nas medidas de compensação e processos administrativos devido ao dano, quando receber os documentos.
De acordo com ele, as compensações podem incluir replantio 3 vezes maior do que a área prejudicada. Ele disse que isso não impede que haja mais compensações em relação ao meio ambiente, mas, no momento, a prioridade é recuperar a área perdida.