Hospital particular realiza ação gratuita de corte de cabelo para confecção de perucas para pacientes oncológicos
O efeito acontece porque alguns medicamentos utilizados agridem o folículo capilar, podendo ocasionar a queda
Um dos principais elementos lembrados quando o assunto é quimioterapia é a perda dos cabelos. O efeito acontece porque alguns medicamentos utilizados agridem o folículo capilar, podendo ocasionar a queda. Nesta situação, o cabelo pode cair em diferentes graus, de apenas alguns fios para a perda total das madeixas.
Pensando nas mulheres que passam pelo tratamento para o câncer, o Hospital Cliom promove o projeto “Doe Suas Madeixas”, que tem como objetivo confeccionar perucas e emprestar para pacientes oncológicas. Para arrecadar as mechas, o Hospital Cliom volta a realizar, após o início da pandemia, a ação gratuita de cortes de cabelo, nesta quinta-feira (14), às 14h.
A ação de cortes acontece em parceria com o salão de beleza Studio Souza. A mecha dos doadores deve ter, no mínimo, 30 centímetros de comprimento e todos os tipos de cabelo podem ser doados, inclusive fios com química. Durante a ação, a doadora pode escolher o tipo de corte normalmente e conversará previamente com a cabeleireira.
Além disso, o hospital também funciona como um ponto de coleta para quem já cortou as mechas. Em seguida, as mechas são enviadas para a cabeleireira Shirlys Garrido, que confecciona a peruca manualmente.
A psicóloga do Hospital Cliom, Larisse Cavalcante, explica o cuidado que o projeto tem para que a paciente se identifique e se sinta confortável utilizando a peruca, buscando encontrar uma peça que tenha semelhança ao cabelo original ou a vontade da paciente.
“Por meio dessas ações, buscamos ter variedade em relação ao tamanho, cor e textura das perucas, com o intuito de que a paciente possa provar e escolher a que mais se identifica. Imagina, por exemplo, alguém que sempre teve o cabelo preto e cacheado, se entregarmos uma peruca ruiva com os fios lisos? Podemos correr o risco de prejudicarmos ainda mais sua autoestima. É fundamental estarmos atentos aos aspectos como estes citados no exemplo. Assim como, realizarmos ações que respeitem, considerem e estimulem possibilidades de escolha do paciente, para que se tornem sujeitos ativos durante todo o processo de tratamento”, explica.
Joana Paiva foi uma das doadoras que realizou o corte na ação do Hospital. Ela conta que já havia doado antes, mas para instituições de outros locais do Brasil, pois não tinha o conhecimento de trabalhos como esse em Alagoas. “Quando soube dessa iniciativa do hospital, já pensei ‘assim que tiver de novo, eu vou’. Eu acho que é tão pouco você cortar seu cabelo, deixar um pouco mais curto, para fazer uma coisa que vai significar tanto para outra pessoa, muito mesmo. A mulher que está passando pelo processo do tratamento do câncer passa por muita coisa. Além do processo todo ser difícil, o fato de perder os cabelos não torna mais fácil. Então se tem algo que possa fazer para talvez minimizar o sentimento e poder ajudar de alguma forma, isso me deixa muito feliz”, conta a voluntária.