Vigilância Ambiental constata diversas irregularidades no fornecimento de água da BRK
Foram constatados água sem o tratamento adequado e armazenada em caminhões licenciados para limpeza de fossas

Após intensificação das ações de fiscalização na região do Conjunto Eustáquio Gomes, a Vigilância em Saúde Ambiental de Maceió (VSA) constatou diversas irregularidades na quantidade e qualidade de água - que deveria ser potável - fornecida à população local, que vem sofrendo severo desabastecimento há cerca de um mês.
Em uma das ações, a Vigilância em Saúde Ambiental-VSA constatou o fornecimento de água inadequada à população, que tem utilizado um poço de propriedade da Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal), para suprir suas necessidades de abastecimento. O poço, que estava desativado pela Casal, teria sido adaptado para um sistema de chafariz pela BRK, segundo informações dos moradores.
De acordo com a Coordenadora da Vigilância em Saúde Ambiental de Maceió, Grasyelle Aidil, após primeiro contato, a Companhia informou que o poço estava em desuso, e, dois dias depois, enviou um laudo atestando a conformidade da água para consumo humano. Com isso, a Vigilância realizou uma nova fiscalização no poço, em que foi detectada a presença de coliformes totais.
“Essas bactérias, que são encontradas naturalmente no meio ambiente e dos dejetos humanos ou de animais, não implicam, por si só, que a água esteja comprometida, mas podem indicar a presença de bactérias que causam doenças. Não detectamos também a presença de cloro, como é recomendado por portaria do Ministério da Saúde”,explica Grasyelle.
Além da água com possível contaminação, a população ainda alegou a irregularidade no abastecimento das várias caixas d’água espalhadas por ruas e praças do Conjunto Eustáquio Gomes pela BRK.
Durante fiscalização da VSA realizada ontem (18), o órgão municipal coletou água da BRK para atestar sua potabilidade. O resultado deve sair até a próxima semana.
Na ocasião, os fiscais ambientais encontraram ainda um veículo contratado pela população fazendo o transporte de água que deveria ser própria para consumo. No entanto, o caminhão não era autorizado para transportar água potável, mas sim para realizar limpezas de fossas, desentupimento de caixa séptica e desobstrução em canais de esgoto. Também não foi constatada na água cloro, que é necessário, em quantidade adequada, para garantir a potabilidade da água.
A empresa foi notificada para correção das inconformidades e regularização quanto ao alvará ambiental. "Durante as fiscalizações verificamos que a população está se valendo de formas ainda mais precárias de abastecimento, como venda de água porta a porta, transporte em caixas abertas sobre caminhões, carroças e etc, sem nenhuma comprovação da origem da água fornecida”, lamentou a Coordenadora da Vigilância em Saúde Ambiental.
Para a VSA, enquanto a BRK não soluciona a situação vivida pela população da parte alta da capital, deve instalar imediatamente equipamento de cloração na saída do poço, para garantir a desinfecção da água, além de recuperar a infraestrutura da área do poço e aumentar o número de veículos transportadores de água ou suas viagens.
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