Mesmo abaixo da média nacional, endividamento das famílias de Maceió continua alto
Indicador marcou 68,5% na capital alagoana, enquanto a média do país é de 75,2%
Na contramão da tendência nacional, o nível de endividamento do maceioense mostra sinais de contração. Depois de crescer quase 20% entre os meses de maio e outubro, o indicador caiu 2,5% entre outubro e novembro, como aponta a Pesquisa de Endividamento do Consumidor (PEIC) realizada pelo Instituto Fecomércio AL em parceria com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Com o recuo, o nível de endividamento encontra-se similar ao de agosto passado.
Em termos nacionais, a pesquisa da CNC sinaliza que o nível de endividamento das famílias brasileiras chegou a 75,6%, em novembro, com inadimplência acima dos 26%. Em Maceió, embora com percentuais menos expressivos, mas preocupantes da mesma forma, o endividamento marcou 68,5%, com inadimplência estável em 19,3% (mantém-se na faixa de 19% há quatro meses).
Na comparação mensal (out./nov.), em números absolutos, 5.327 famílias saíram do patamar de endividados, saindo de 213 mil para 208 mil, enquanto a quantidade de famílias com dívidas em atraso acompanhou o movimento de estagnação. Com isso, mais 182 famílias ingressaram no grupo de inadimplentes no último mês, totalizando 58.659 famílias, quando, em outubro, correspondia a 58.477.
O assessor econômico da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Alagoas (Fecomércio AL), Victor Hortencio, ressalta que é importante frisar que, mesmo tendo recuado, o endividamento das famílias continua em alta e, em termos anuais, cresceu 6,9% (nov.20/nov.21). “Esse movimento de alta não se repete quando analisamos as subcategorias de ‘endividados com contas em atraso’ e dos que ‘não terão condições de pagar’, que continuam abaixo dos níveis vistos em novembro do ano passado, com 6,7% e 44%, respectivamente”, avalia.
Ainda de acordo com a pesquisa, 54,4% das famílias que possuem dívidas comprometem 30,3% da renda com o pagamento de compras parceladas num período de três a seis meses. “Sempre é importante frisar que o nível considerado sadio para o comprometimento de renda é de, no máximo, 30% dos ganhos familiares”, enfatiza o economista.
Pela praticidade de acesso, o cartão de crédito permanece de forma quase absoluta como o principal meio de endividamento, com 98,7% de uso – a média nacional para esta modalidade é de 85,2%. E como as dívidas podem ter fontes de origem diferentes, aumentou a procura por carnês, chegando ao percentual de 28,5% na carteira de endividamento das famílias.