Pais de crianças dos flexais denunciam à Defensoria Pública a falta de transporte escolar para os filhos
Eles foram castigados pela falta de serviços na região após desativação em decorrência dos prejuízos causados pela mineradora
O retorno às aulas se aproxima e os moradores do Flexal de Cima e de Baixo temem que seus filhos pequenos não consigam frequentar a escola em razão da falta de transporte escolar e da distância entre a localidade, agora isolada do restante da cidade, e os centros educacionais.
A preocupação foi informada por moradores das localidades ao defensor público Ricardo Antunes Melro, coordenador do Núcleo de Proteção Coletiva da Defensoria Pública do Estado (NPC/DPEAL), durante reunião ocorrida na semana passada, na subsede da instituição, na Gruta de Lourdes.
Conforme os moradores, apenas uma escola estadual disponibilizou transporte para os alunos do ensino médio. As outras crianças não tiveram ônibus disponibilizado, até o momento. Além disso, os pais temem pela segurança das crianças, caso elas tenham que se deslocar grandes distâncias sozinhas para ir à escola.
A Defensoria Pública vem acompanhando a situação dos flexais e busca a inclusão da localidade nos planos de realocação e compensação da Braskem. O local sofre em decorrência do isolamento social e econômico gerado pelo esvaziamento das comunidades próximas, em razão da situação geológica provocada pela mineradora.
Para a moradora Joseane Amancio Hilário, a realocação dos moradores é uma necessidade urgente da comunidade. “Nossa situação é bem mais séria do que parece. Nós temos vários problemas envolvendo essa questão do transporte escolar. Na verdade, as nossas crianças estão sem acesso à escola, temos crianças pequenas, no fundamental 1, que não podem se deslocar para outros bairros em ônibus públicos porque são muito pequenas. As crianças que estudavam em escolas particulares também estão sem acesso à escola, pois, todas as escolas que ficavam próximas fecharam”, conta.
“É um preço que nós não merecemos pagar. Os pais nunca aceitarão que seus filhos vão em ônibus para outros bairros estudar, só os pais de adolescentes. Todas as minhas vizinhas e conhecidas aqui da rua que têm filhos pequenos que estudavam na alfabetização e no fundamental 1 estão desesperadas porque os seus filhos já perderam o ano e não tem mais acesso à escola, nem ônibus escolar tem. E mesmo que tivesse eles não vão deixar os seus filhos irem em um ônibus para outro bairro. Não é seguro”, acrescenta.
Para complicar ainda mais a situação, disse a moradora, como também têm crianças autistas na região e que precisam de um atendimento diferenciado, os seus pais não deixam eles em ônibus escolar jamais.
“Antigamente as nossas escolas eram todas aqui, eles iam para escola juntos andando, iam e voltavam. Nós tínhamos paz. Hoje, não temos mais e o aprendizado dos nossos filhos estão prejudicado. Isso não é justo, cadê os direitos das crianças e dos adolescentes? O que diz no Estatuto? A Braskem já feriu esse direito. Os moradores e as crianças em bebedouro estão vivendo no filme de terror. É muito triste, eu como mãe ver essa situação”, desabafa.
De acordo com os moradores, dez escolas foram desativadas no bairro, após os prejuízos causados pela Braskem. São elas: Colégio Batista, Santa Amélia, São Lucas Alagoano, Madre Blanche, CEIMA, Bom Conselho, Alberto Torres, Major Bonifácio, Braga Neto e Rosalvo Ribeiro.
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