Educação

Pandemia afeta tempo médio de permanência na sala de aula em Alagoas

Pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV) trouxe os números do estado em três faixas etárias

Por 7Segundos 29/01/2022 08h08
Pandemia afeta tempo médio de permanência na sala de aula em Alagoas
Sala de aula em Alagoas durante pandemia - Foto: Jonathan Lins/ Ascom

A pandemia do novo coronavírus trouxe várias dificuldades, principalmente no que diz respeito à interação social. Com isso, diversas atividades, que antes eram coisas corriqueiras no dia a dia, viraram sinônimo de perigo por conta do alto índice de contágio da Covid-19. Entre elas, a ida à escola, que, após quase dois anos, está retomando as atividades aos poucos. Ou talvez nem tanto assim.

Sob o título "Retorno para Escola, Jornada e Pandemia", uma pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV) analisou os movimentos de saída e de volta às aulas, comparando o período de 2019 com 2020. Alagoas teve um dos piores desempenhos no quesito tempo médio de permanência, em horas por dia útil.

O levantamento apontou o estado entre as últimas posições entre as 27 Unidades da Federação (UF), nas três faixas etárias analisadas (6 a 15 anos; 15 a 17; e 15 a 29).

Na primeira, 6 a 15 anos, Alagoas teve a quinta pior média do Brasil, com duas horas e um minuto. Entre 15 e 17, a posição foi 24ª, com uma hora e 59 minutos. Já na faixa de 15 a 29 foi a terceira menor do país, com 53 minutos, ficando atrás apenas Roraima (42 min) e Acre (41 min).

Os especialistas ainda ressaltam no documento que o tempo para escola era maior no estado entre os alunos mais ricos (3,93), membros da classe AB, liderando o ranking. Na sequência vem o Piauí (3,72) e o Distrito Federal (3,71).

Entre esses, apenas o Distrito Federal teve alunos desta categoria, entre 6 e 15 anos, que receberam atividades, mas não as realizaram (0,4%). Em contrapartida, a UF foi a que teve a menor parcela de estudantes que não receberam qualquer atividade (3%), na comparação com Piauí (4,3%) e Alagoas (6,6%).

Segundo o estudo, a falta de atividades escolares passadas para os alunos está mais relacionada à falta de oferta das redes de ensino, do que a problemas de demanda dos próprios estudantes.

"Há um agravamento nas desigualdades de educação no Brasil durante a pandemia, invertendo a tendência prévia ao crescimento e a equidade na acumulação de capital humano. Os alunos das séries iniciais que tinham obtido os maiores avanços escolares nas quatro últimas décadas foram os mais penalizados durante a pandemia. A vacinação das crianças contra o Covid-19 se apresenta como medida fundamental para o retorno a escola com mais segurança para todos".