Pandemia afeta tempo médio de permanência na sala de aula em Alagoas
Pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV) trouxe os números do estado em três faixas etárias

A pandemia do novo coronavírus trouxe várias dificuldades, principalmente no que diz respeito à interação social. Com isso, diversas atividades, que antes eram coisas corriqueiras no dia a dia, viraram sinônimo de perigo por conta do alto índice de contágio da Covid-19. Entre elas, a ida à escola, que, após quase dois anos, está retomando as atividades aos poucos. Ou talvez nem tanto assim.
Sob o título "Retorno para Escola, Jornada e Pandemia", uma pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV) analisou os movimentos de saída e de volta às aulas, comparando o período de 2019 com 2020. Alagoas teve um dos piores desempenhos no quesito tempo médio de permanência, em horas por dia útil.
O levantamento apontou o estado entre as últimas posições entre as 27 Unidades da Federação (UF), nas três faixas etárias analisadas (6 a 15 anos; 15 a 17; e 15 a 29).
Na primeira, 6 a 15 anos, Alagoas teve a quinta pior média do Brasil, com duas horas e um minuto. Entre 15 e 17, a posição foi 24ª, com uma hora e 59 minutos. Já na faixa de 15 a 29 foi a terceira menor do país, com 53 minutos, ficando atrás apenas Roraima (42 min) e Acre (41 min).
Os especialistas ainda ressaltam no documento que o tempo para escola era maior no estado entre os alunos mais ricos (3,93), membros da classe AB, liderando o ranking. Na sequência vem o Piauí (3,72) e o Distrito Federal (3,71).
Entre esses, apenas o Distrito Federal teve alunos desta categoria, entre 6 e 15 anos, que receberam atividades, mas não as realizaram (0,4%). Em contrapartida, a UF foi a que teve a menor parcela de estudantes que não receberam qualquer atividade (3%), na comparação com Piauí (4,3%) e Alagoas (6,6%).
Segundo o estudo, a falta de atividades escolares passadas para os alunos está mais relacionada à falta de oferta das redes de ensino, do que a problemas de demanda dos próprios estudantes.
"Há um agravamento nas desigualdades de educação no Brasil durante a pandemia, invertendo a tendência prévia ao crescimento e a equidade na acumulação de capital humano. Os alunos das séries iniciais que tinham obtido os maiores avanços escolares nas quatro últimas décadas foram os mais penalizados durante a pandemia. A vacinação das crianças contra o Covid-19 se apresenta como medida fundamental para o retorno a escola com mais segurança para todos".
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