Política

Após 5 anos, Lula volta à Alagoas e se posiciona contra a desigualdade social

Durante o seu discurso, o petista relembrou o momento em que foi detido na PF: "jamais trocarei a minha dignidade pela minha liberdade"

Por 7Segundos 17/06/2022 20h08 - Atualizado em 17/06/2022 21h09
Após 5 anos, Lula volta à Alagoas e se posiciona contra a desigualdade social
Lula (PT) esteve em Maceió e discursou para alagoanos - Foto: 17.06.2022 - Reprodução/Youtube/PT

A chapa Lula (PT) e Geraldo Alckmin (PSB) está em Alagoas, nesta sexta-feira (17), para cumprir agenda no Estado. Durante o evento pró-Lula, o ex-presidente discursou sobre a desigualdade social; a fome, que voltou a assolar o Brasil; e se posicionou contra o discurso de ódio: "esse país não pode ter o desprezo que tem pelo povo pobre".

Lula iniciou o seu discurso dizendo que "é uma alegria imensa estar no estado de Alagoas" depois de cinco anos longe. A última vez que o ex-presidente esteve em solo alagoano foi durante uma caravana que saiu de Sergipe: "estava com saudades".

Durante a sua fala, o petista relembrou o momento em que foi preso: "vítima de uma grande mentira, vocês acompanharam o que aconteceu". Depois de passar 580 dias detido na sede da Polícia Federal, a primeira coisa que Lula fez foi ir até o Papa Francisco, no dia 13 de fevereiro de 2020. De acordo com ele, o motivo da visita era para que ambos discutissem sobre a desigualdade social.

Apesar de considerar sua prisão uma "injustiça", Lula diz que não existem ressentimentos. "Quando eu me coloquei à disposição para me tornar candidato à presidente da República, eu tive que pegar todo e qualquer ressentimento e resquício de ódio que estava dentro de mim e jogar no vaso sanitário e dar descarga. Não é possível governar esse país com ressentimento e nem cuidar do povo se estivermos tomados pelo ódio", disse.

Ele ainda mencionou um acordo que lhe foi oferecido na época em que estava detido na PF: o uso de tornozeleira. "Eu disse para os meus advogados: não faço acordos com quem eu jamais trocarei a minha dignidade pela minha liberdade. Jamais colocarei tornozeleira porque não sou pombo-correio e a minha casa não é cadeia, não voltarei para lá. Vocês me colocaram aqui e irão arcar com a responsabilidade de me deixarem aqui", relembrou.

Durante todo o período em que esteve na sede da PF haviam pessoas à seu favor na porta do local. "Quero agradecer a todos os alagoanos e alagoanas que por lá passaram, à todo o povo brasileiro e pessoas de países estrangeiros que foram me visitar".

Toda a situação deu ao pré-candidato à presidência "muito mais vontade de fazer as coisas do que já foram feitas".

"A razão a qual estou me dispondo a voltar a ser candidato é porque eu quero provar outra vez para essa elite perversa que esse país tem jeito. Esse país não precisa passar pelo o que está passando. Esse país não precisa ter a taxa de desemprego que tem. Esse país não precisa ter fome e desnutrição. Esse país não precisa ter a quantidade de analfabetos que tem. Esse país não pode ter o desprezo que tem pelo povo pobre", destacou Lula.

Quanto às expectativas para o futuro caso seja eleito, Lula disse acreditar que, em quatro anos, "o povo brasileiro vai voltar a ser feliz outra vez. Iremos fazer a economia voltar a crescer. Iremos gerar emprego formal, com o que o trabalhador tem direito, carteira assinada, férias, descanso semanal remunerado e segurança social. É o que falta nesse país".

"Eu quero voltar porque quero provar que o povo brasileiro não precisa ficar no açougue esperando o osso ou comendo carcaça de frango. Eu quero provar que o povo pode voltar a comer carne de qualidade, coxa e sobrecoxa de frango, a comer peito e não o pé e o pescoço. Quero voltar porque quero ver vocês comendo churrasquinho com a família no final de semana, tomando uma cervejinha gelada. Quem não gostar de carne, quero que tenha uma produção agrícola saudável, sem agrotóxicos para se viver com mais qualidade. Esse país é possível construir", pontuou.

O ex-presidente ainda salientou a necessidade de uma moradia digna para as pessoas e a obrigação do governo subsidiar ações para famílias que possuem renda abaixo de dois salários mínimos.

Acompanhe o discurso completo na íntegra: