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Mãe não sabia que estava grávida até dar à luz sentada no vaso sanitário e ver 'dois pés' saindo

Lucy Jones, uma comissária de bordo inglesa de 22 anos, disse que tomava a pílula e chegou a fazer dois testes de gravidez, que deram negativo. Conheça essa história!

Por Revista Crescer 22/07/2022 08h08 - Atualizado em 22/07/2022 08h08
Mãe não sabia que estava grávida até dar à luz sentada no vaso sanitário e ver 'dois pés' saindo
Lucy não sabia que estava grávida, e deu à luz a Ruby sentada no vaso sanitário - Foto: Reprodução/DailyMail

Uma mulher inglesa de 22 anos não fazia ideia de que estava grávida até dar à luz a sua bebê sentada no vaso sanitário da casa dos seus pais. Lucy Jones disse que tomava pílula anticoncepcional e continuou menstruando regularmente, por isso, nem chegou a suspeitar da gestação. Além disso, ela havia feito dois testes de gravidez recentemente como parte de um processo para se qualificar como comissária de bordo – e os dois deram negativo.

Por não saber na gravidez, Lucy continuou vivendo a vida normalmente. Ela trabalhava 70 horas semanais e ia a festas e clubes com os amigos. Um mês antes de dar à luz, ela foi aprovada em um teste de aptidão física para trabalhar a mais de 10 mil km de altura como comissária de bordo. Dez dias antes de Ruby nascer, trabalhou por longas horas como gerente de um bar e, no sábado anterior, tinha ido à uma festa.

“Eu costumava sair para beber duas a três vezes por mês. Fui a boates provavelmente de 10 a 15 vezes quando estava grávida. Eu fui à uma balada no sábado antes de dar à luz. Eu não tinha barriga, não fiquei enjoada e menstruava todos os meses. Eu fiz dois testes de gravidez que deram negativo por causa do meu novo trabalho de comissária de bordo”, ela explica. “Eu estava grávida de oito meses quando fui ao médico e fiz os testes. O médico me examinou, pressionando meu estômago e não suspeitou de nada. Eu ainda estava tomando a pílula. Eu tomava todos os dias há seis ou sete anos”, afirma.

Lucy deu à luz a Ruby em março de 2022, sentada no vaso sanitário do banheiro da casa dos pais. Ela conta que sentiu dores na barriga e nas costas um dia antes, mas assumiu que se tratavam que cólicas menstruais já que seu período estava próximo. No dia seguinte, ela acordou, tomou um banho e se deitou na cama novamente. Ela disse que cerca de 45 minutos depois, sentiu o seu estômago “virar” e correu para o banheiro. Lá, ela ouviu um barulho e, quando olhou para baixo, viu dois pequenos pés saindo para fora. “Eu não senti nenhuma dor. Ninguém podia acreditar nisso. Senti uma dor nas costas e na barriga, mas não senti nenhuma dor quando eu estava fisicamente empurrando o que eu achava que era um cocô”, contou Lucy.

Depois que a bebê nasceu, ela enrolou a recém-nascida em uma toalha, a colocou sobre a pia da cozinha e ligou para os seus pais, que não estavam em casa no momento. Eles chegaram cerca de 10 minutos depois e ligaram para uma ambulância. Lucy diz que os pais ficaram confusos com a notícia e acharam que ela havia sofrido um aborto. “Eu estava gritando histericamente ‘há um bebê’, e eles imaginaram que fosse um aborto, não que havia um bebê de 3 kg de tamanho normal na pia na cozinha”, brincou.

Ela diz que não consegue se lembrar do momento em que seus pais chegaram em casa, e a sua única memória depois disso é de estar no hospital com a sua bebê. “Papai descreveu como encontrou a cozinha: parecia uma cena de assassinato, porque quando eu corri do banheiro para a cozinha para pegar meu telefone, o cordão estourou e o sangue começou a vazar. Tinha sangue pelas paredes, na porta, na geladeira e no freezer”, ela diz.

Apesar da surpresa, Lucy garante que está feliz com a bebê, e insiste que não mudaria nada, mesmo se pudesse. Ela diz que logo a notícia se espalhou pela família, e ninguém podia acreditar no que tinha acontecido. “Meu pai ligou para a família e, quando ele contou, havia silêncio no telefone. Ninguém podia acreditar. Mesmo agora com a família ainda não conseguimos entender o que aconteceu. Ainda há momentos em que ficamos tipo ‘uau’”, diz.

Agora, Lucy quer aumentar a conscientização sobre as gestações enigmáticas, que acontecem quando as mulheres não sabem que estão esperando um bebê. “Essa é uma dessas histórias sobre as quais você lê, mas você nunca pensa que seria você, seu amigo ou alguém que você conhece”, ela diz. “Você não acredita e tem vergonha de outras pessoas pensarem ‘como elas não sabiam que estavam grávidas?’ Considerando que agora eu realmente vivi isso, eu meio que me arrependo de pensar assim, pois agora sei o que outras pessoas passaram. É uma coisa real, acontece”, conclui.

Gravidez enigmática

A gravidez enigmática acontece quando a mulher não sabe que está grávida, e só descobre a gestação nas semanas finais ou quando já está em trabalho de parto. De acordo com o ginecologista e obstetra Gabriel Costa, da Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia), a menstruação irregular é um dos pontos que pode dificultar a identificação da gravidez, já que a falta dela não costuma causar desconfiança.

Também há casos em que a mãe não sente o bebê mexer, principalmente quando ela nega, psicologicamente, a gravidez. “Existem casos em que ela até sente, mas atribui isso a outros fatores, como um movimento do intestino, por exemplo”, explica o ginecologista e obstetra Alexandre Pupo Nogueira, do Hospital Sírio Libanês (SP).

Cristiana Julianelli, psicóloga e psicanalista especializada no atendimento de gestantes (SP) explica que a negação é um mecanismo de defesa totalmente inconsciente. É uma resposta àquela situação com a qual a mulher não consegue lidar naquele momento. Na tentativa de fugir desse conflito, ela acaba interpretando a realidade de um jeito distinto. Tudo o que possa levar a uma confirmação da gravidez é negado, rejeitado, relevado”, diz.

Por conta disso, especialistas orientam que a mãe receba acompanhamento psicológico depois do parto, já que ela precisa lidar com muitas informações ao mesmo tempo. Muitas delas se preocupam com a saúde do bebê e se culpam pela ausência do pré-natal e por terem seguido uma vida sem restrições, muitas vezes consumindo álcool e tabaco – assim como Lucy.

Ainda assim, o médico Gabriel Costa tranquiliza, e afirma que na grande maioria das vezes mães e bebês evoluem de forma saudável. “O pré-natal realmente previne uma série de complicações e reconhece situações de risco. Não fazê-lo, assim como não ter seguido as orientações médicas, pode ser muito grave para mãe e filho, mas, felizmente, a maioria dos casos evolui bem”, revela.