Eleições 2022 são marcadas por fiscalização de resultados confiáveis e processo transparente
Neste ano, além da tradicional audição do TSE, as Forças Armadas resolveram apurar paralelamente, sendo fiscalizadas pelo TCU
26 anos. Este é o tempo em que as urnas eletrônicas são utilizadas no Brasil. Neste período, nunca foi comprovado nenhum tipo de adulteração dos resultados, seja para favorecer quaisquer candidatos. O primeiro uso foi nas eleições municipais de 1996, em 57 cidades do país com 70 mil aparelhos.
A sete dias do primeiro turno do pleito de 2022, a corrida, principalmente a presidencial, tem sido colocada em suspeita por quem sempre esteve atrás nas pesquisas. O pseudo debate sobre a legitimidade dos resultados fez com que as Forças Armadas se prontificassem a realizar uma "apuração paralela" dos votos.
Impulsionadas - principalmente nas redes sociais - desde 2018, as notícias falsas [conhecidas pelo termo em inglês "fake news"] compartilhadas por simpatizantes do presidente Jair Bolsonaro (PL) tentam levantar dúvidas sobre a confiabilidade do pleito.
Para tentar combater isso, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) vem realizando diversas campanhas publicitárias para mostrar todo trabalho que acontece antes, durante e depois das eleições.
Em Alagoas, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) definiu que serão 20 urnas que vão passar pelo processo de auditoria no dia 2 de outubro, de seis polos diferentes. O sorteio ocorrerá na véspera, sábado (01).
Fiscalizando o fiscalizado
A contagem de votos das Forças Armadas será feita a partir dos boletins de urnas divulgados pelo TSE. Até então, a estimativa é que os militares apurem em cerca de 300 seções. Os eleitores serão convidados a usar as digitais para que os mesários registrem os votos em aparelhos separados dos que vão ser usados na eleição. No fim os votos vão ser conferidos, para confirmar se há discrepância.
Para se contrapor ao processo dos militares o Tribunal de Contas da União (TCU) vai auditar 4.161 urnas eletrônicas no primeiro turno. No entanto, o sorteio das seções eleitorais que terão os seus boletins de urnas (BU) auditados acontecerá após a apuração. Por isso, ainda não se sabe quantas e quais seções caberão a cada estado e/ou município.
Vale ressaltar que, ao contrário das Forças Armadas, o trabalho do TCU não se trata de uma apuração paralela, e será feito seguindo os padrões internacionais expedidos pela Organização Internacional das Instituições Superiores de Controle (Intosai), por auditores federais de controle externo, que são todos servidores concursados, estáveis e independentes.
Segundo as informações divulgadas, as vias impressas dos BUs serão recolhidas nas seções eleitorais pelos Tribunais Regionais Eleitorais, que as encaminharão ao TSE, que as entregará ao TCU, para que seus auditores possam comparar a informação do documento físico com a disponibilizada pelo TSE na rede.