Cientistas apontam “intolerância a exercício” como sintoma pós-Covid
Pesquisadores da Universidade da Califórnia, nos EUA, afirmam que pacientes com Covid longa podem perder até 10 anos de aptidão física
Pesquisadores da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, sustentam que a “intolerância a exercício” deve ser considerada como mais um sintoma da Covid longa. Eles observaram que depois de se recuperar da infecção do coronavírus, alguns pacientes perdem o equivalente a dez anos de aptidão física.
A dificuldade para praticar atividades físicas integraria uma extensa lista na qual já constam dor de cabeça, confusão mental, falta de ar, cansaço, fadiga, dificuldade de atenção e perda de memória. Pessoas que continuam apresentando estes sintomas até três meses depois da infecção são diagnosticados com Covid longa.
Publicado no Jama Network Open, na quarta-feira (12/10), o estudo está baseado na revisão de nove pesquisas anteriores. Os cientistas compararam a capacidade de resistência de 464 pacientes com Covid longa com a de 359 pessoas da mesma idade que se recuperaram da infecção sem sintomas persistentes.
Desempenho prejudicado
Os participantes tinham idade entre 39 e 56 anos. Todos foram submetidos a testes de capacidade de realização de exercícios e frequência cardíaca em esteira ou bicicleta ergométrica junto a exames médicos adicionais.
O grupo que se recuperou bem da infecção podia suportar uma quantidade de exercícios normal, equivalente a sua idade. Enquanto isso, pacientes com Covid longa tiveram um desempenho equivalente ao de pessoas dez anos mais velhas nas atividades físicas e de resistência. Ou seja, um indivíduo de quarenta anos corria ou pedalava como alguém de cinquenta anos.
Razões
Exames mostraram que os músculos desses pacientes recebiam menos oxigênio na corrente sanguínea do que o normal, dificultando a contração muscular. Além disso, os batimentos cardíacos deles não aumentavam tanto quanto o esperado durante os exercícios físicos, diminuindo o fluxo sanguíneo no corpo e alguns não conseguiam equilibrar a respiração. Os pesquisadores descreveram o quadro como “intolerância ao esforço”.
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