Saúde

Estudo revela nível de imunidade contra a Covid-19 após um ano

Um ano após o desenvolvimento da imunidade híbrida, gerada por meio de uma combinação de infecção natural pelo coronavírus e vacinação, uma pessoa tem até 95% menos chances de apresentar a forma grave ou precisar de hospitalização

Por 7Segundos com CNN Brasil 18/01/2023 20h08
Estudo revela nível de imunidade contra a Covid-19 após um ano
Vacinação de adolescentes contra a Covid-19 em Jundiaí (SP) - Foto: Prefeitura de Jundiaí

A imunidade combinada da infecção natural pelo coronavírus e aquela produzida a partir da vacinação, chamada de “imunidade híbrida”, oferece maior proteção contra a doença de acordo com um amplo estudo publicado nesta quarta-feira (18), no periódico Lancet Infectious Diseases.

Um ano após o desenvolvimento da imunidade híbrida, uma pessoa tem até 95% menos chances de apresentar a forma grave ou precisar de hospitalização devido à infecção. Entre os infectados há um ano que não foram imunizados, o percentual cai para 75%.

A análise demonstra as vantagens da vacinação mesmo depois que as pessoas tiveram Covid-19. Com base em dados de 26 estudos, a análise mostra que a proteção contra doenças graves e hospitalização permanece alta 12 meses após o desenvolvimento de imunidade híbrida ou infecção, quando comparada a indivíduos não vacinados e não infectados.

Segundo o estudo, a proteção contra a reinfecção foi menor do que contra a doença grave, embora ainda substancial. Aqueles com imunidade híbrida tiveram uma chance 42% menor de serem reinfectados um ano depois. Aqueles que já haviam sido infectados antes sem vacinação, tiveram uma chance 25% menor de reinfecção.

Destaques do estudo
O aumento global na variante Ômicron, identificada em novembro de 2021, resultou em muitos indivíduos com a imunidade híbrida, desenvolvida por meio de uma combinação de infecção por SARS-CoV-2 e vacinação.

Os pesquisadores revisaram a literatura científica com o objetivo de mensurar a magnitude e a duração da eficácia protetora da infecção anterior pelo vírus e da imunidade híbrida contra novas infecções e doença grave causadas pela variante.

Os especialistas investigaram estudos com diferentes metodologias disponibilizados em vários portais de publicação científica e bancos de dados internacionais, compreendendo o período de 1º de janeiro de 2020 a 1º de junho de 2022. Foram usadas palavras-chave relacionadas a SARS-CoV-2, reinfecção, eficácia protetora, infecção anterior, presença de anticorpos e imunidade híbrida.

Os principais resultados foram a eficácia protetora contra reinfecção e contra internação hospitalar ou doença grave de imunidade híbrida, imunidade híbrida relativa à infecção prévia isolada, imunidade híbrida relativa à vacinação anterior isolada e imunidade híbrida relativa à imunidade híbrida com menos doses de vacina.

Foram incluídos 11 estudos relatando a eficácia protetora da infecção anterior por SARS-CoV-2 e 15 estudos relatando a eficácia protetora da imunidade híbrida.

Para infecção anterior, houve 97 estimativas. A eficácia da infecção anterior contra internação hospitalar ou doença grave foi de 74,6% em 12 meses. Já a eficácia da infecção anterior contra a reinfecção diminuiu para 24,7% em 12 meses.

Para a imunidade híbrida, houve 153 estimativas. A eficácia da imunidade híbrida contra internação hospitalar ou doença grave foi de 97,4% em 12 meses com vacinação em série primária e 95,3% em 6 meses com a primeira vacinação de reforço após a infecção ou vacinação mais recente.

Contra a reinfecção, a eficácia da imunidade híbrida após a vacinação primária diminuiu para 41,8% em 12 meses, enquanto a eficácia da imunidade híbrida após a primeira dose de reforço diminuiu para 46,5% aos 6 meses.

“Todas as estimativas de proteção diminuíram em meses contra a reinfecção, mas permaneceram altas e sustentadas para internação hospitalar ou doença grave. Indivíduos com imunidade híbrida tiveram a maior magnitude e durabilidade de proteção e, como resultado, podem estender o período antes que as vacinações de reforço sejam necessárias em comparação com indivíduos que nunca foram infectados”, dizem os autores no artigo.