Educação

Educação inclusiva garante que estudantes com deficiência motora tenham ensino de qualidade

Atividades da sala de recurso promovem o aprendizado e o bem-estar dos alunos

Por Assessoria 29/03/2023 16h04
Educação inclusiva garante que estudantes com deficiência motora tenham ensino de qualidade
Lorena adorou os livros com histórias infantis. - Foto: Hilderlan Oliveira/Ascom Semed

A Secretaria Municipal de Educação de Maceió (Semed) tem trabalhado para garantir que os estudantes com algum tipo de deficiência tenham um ensino cada vez mais inclusivo. Lorena Farias é um dos exemplos.

Aos 6 anos, a menina guerreira que nasceu com uma cardiopatia rara, deu o primeiro passo para iniciar sua vida escolar em uma das unidades de ensino da rede pública municipal, na última segunda-feira (27).

“Eu tô muito feliz, muito alegre!”, contou Lorena com um sorriso no rosto em seu segundo dia de aula.

Para Larissa Farias, mãe da pequena Lorena, esse é um momento único na vida da família. “É indescritível por toda luta que passamos, depois de muitos médicos terem falado que ela não tinha muitas chances de sobreviver, e ver hoje, nossa filha vindo à escola é uma gratidão muito grande”, revelou emocionada.

A mais nova aluna da escola Olavo Bilac, localizada no Feitosa, foi diagnosticada ao nascer com uma cardiopatia rara conhecida como miocárdio não compactado, onde o músculo do coração de Lorena nasceu com falhas e não existia correção, apenas a opção de transplante.

“O pré-transplante da Lorena foi uma luta diária, mesmo com todos os medicamentos pra fazer o coração dela bater mais forte. Ela teve sete paradas cardíacas. Em uma delas passaram-se 20 minutos e foi o que ocasionou a paralisia cerebral, na qual o cognitivo não foi tão afetado. Ela entende o que a gente fala, conversa, mas a parte motora foi bastante comprometida”, explicou a mãe de Lorena.

Para garantir que as limitações motoras de Lorena não atrapalhem seu desenvolvimento em sala de aula, a pequena será acompanhada diariamente pela auxiliar recém contratada pelo Processo Seletivo Simplificado (PSS), Dione Barbosa. “Eu me sinto honrada por terem me chamado e eu estar aqui para acompanhar a Lorena. Ela chega traz alegria, está o tempo todo sorrindo dentro da sala de aula, interage com todos, não vê dificuldade em nada, se tem uma criança com um livro, ela também quer. Sabemos que ela tem suas limitações, mas o principal é que ela não se acha diferente das outras, a Lorena sente que tudo pode, e eu creio nisso também”, ressaltou Dione.

Desenvolvimento escolar


O processo de aprendizagem da pequena Lorena contará com práticas junto aos alunos da sua turminha e atividades direcionadas que garantam o desenvolvimento completo da aluna, como conta Lenita Góes, professora do 1º ano A. “Vai ser um desafio prazeroso, porque acho que a gente tem mais a aprender com ela, do que ela conosco, principalmente as crianças. Na sala de aula nós iremos adaptar as atividades. Sempre que possível, ela vai fazer o que as outras crianças estão fazendo, em outros momentos teremos atividades direcionadas para ela’, pontuou.

Além das atividades desenvolvidas em sala de aula, Lorena terá atendimento especializado na Sala de Recursos. “A sala de recursos vem dentro da proposta de inclusão social e esse espaço serve para dar suporte e ajudar no desenvolvimento das crianças que têm algum tipo de necessidade, seja social, cognitivo ou afetivo. Já pudemos perceber que a Lorena está muito bem e acreditamos que não teremos problemas no decorrer do desenvolvimento dela aqui na escola”, destacou a professora da sala de recursos, Greice Tenório.

Lucielma Torres, vice-diretora da escola Olavo Bilac, reforçou que estão educando as crianças para vida. “Nosso trabalho aqui na escola tem uma grande proporção. Nós estamos atingindo um grande número de crianças diagnosticadas com alguma CID - Classificação Internacional de Doenças. A vinda da Lorena veio abrilhantar, ainda mais, esse trabalho que temos na sala de recursos. Aqui nós não estamos educando para o 1º ou 2º anos, estamos educando para vida”, afirmou.

"Saber que a escola abraçou a Lorena dessa forma, nos deixa sem palavras, ela foi muito bem recebida, tanto pelos profissionais, quanto pelos amiguinhos e ontem quando saímos ela perguntou se hoje voltaria pra escola, então ela gosta e tem muita força de vontade”, finalizou Larissa Farias.