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Mauro Cid fica em silêncio durante depoimento e deixa sede da PF

Cid está preso desde o dia 3 de maio suspeito de fazer parte de um esquema de inserção de dados falsos sobre vacinação contra Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde

Por CNN Brasil 18/05/2023 15h03
Mauro Cid fica em silêncio durante depoimento e deixa sede da PF
Ex-ajudante de ordens de Bolsonaro Mauro Cid em 2019 - Foto: 18/06/2019REUTERS/Adriano Machado

O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), deixou a sede da Polícia Federal (PF) após ficar em silêncio durante depoimento na tarde desta quinta-feira (18).

O início do depoimento estava agendado para 14h30, mas Cid chegou ao prédio poucos minutos depois do horário. O depoimento foi marcado no âmbito do inquérito que apura a inclusão de informações falsas no cartão de vacina de integrantes das famílias dele e do ex-presidente.

Cid está preso desde o dia 3 de maio no Batalhão de Polícia do Exército de Brasília.

Os investigadores queriam explicações sobre, por exemplo, porque um computador usado por ele acessou os dados de vacinação do ex-presidente nos dias 22 e 27 de dezembro do ano passado – dias seguintes à inclusão de dados falsos. No dia 30 de dezembro, segundo a investigação, o acesso aconteceu pelo celular pessoal de Cid.

O ex-ajudante de ordens também teria que esclarecer suposta adulteração no cartão de vacinas de seus familiares. A esposa dele, Gabriela Santiago Cid, foi intimada a prestar depoimento na sexta-feira (19).

A âncora da CNN Daniela Lima revelou que mensagens extraídas do celular do tenente-coronel pela PF revelam conversas com a esposa em que ambos colocam em dúvida os imunizantes.

Cid trocou de advogados no dia 10 de maio. Bernardo Fenelon e Bruno Buonicore assumiram o caso após o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro promover mudanças na sua equipe de defesa. O advogado Rodrigo Roca deixou o caso.

Operação Venire

A Polícia Federal prendeu Mauro Cid no dia 3 de maio, em Brasília. Max Guilherme e Sérgio Cordeiro, assessores de Bolsonaro que trabalhavam no Planalto, também foram presos. O secretário municipal de Governo da cidade de Duque de Caxias (RJ), João Carlos de Sousa Brecha, também foi alvo de prisão preventiva.

O celular do ex-presidente foi apreendido.

As ações fazem parte da Operação Venire, que investiga a prática de crimes na inserção de dados falsos sobre vacinação contra Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde (sistemas SI-PNI e RNDS).

A CNN apurou que a cidade de Duque de Caxias se envolve na investigação porque um dos registros encontrados no sistema da Saúde sobre a vacinação de Bolsonaro foi feito em um posto de saúde do município fluminense. Nesse posto, houve um registro de que o ex-presidente teria se imunizado contra a Covid-19 no local, e a investigação apontou que era um dado adulterado.