Casal preso por fraude em licitação de kits de robótica fazia entrega de dinheiro em sacolas
Investigação da PF acompanhou idas do casal a diversas agências bancárias e entregas de sacolas em fraude em licitação para kits de robótica

Preso na última quinta-feira (1º/6), o casal apontado como responsável por operar desvios mediante empresas de fachada no esquema de fraude em licitação e lavagem de dinheiro em Alagoas de recursos destinados a kits de robótica teve a rotina monitorada pela Polícia Federal (PF).
A investigação acompanhou por meses as idas do casal a diversas agências bancárias no DF e em Alagoas. As entregas eram feitas em sacolas que estariam cheias de dinheiro. As imagens e a identidade do casal foram divulgadas, neste domingo (4/6), pelo Fantástico. Os acusados são Juliana e Pedro Salomão.
Algumas dessas transações eram fracionadas em valores individuais abaixo de R$ 50 mil, com o fim aparentemente de burlar o sistema de controle do Banco Central.
Após as transações, eram realizados saques em espécie e entregas dos numerários aos destinatários.
Funcionário do MEC
Na última sexta-feira (2/6), a Polícia Federal apontou Alexsander Moreira, funcionário do Ministério da Educação (MEC), como um dos suspeitos de envolvimento no suposto esquema de fraude na compra de kits de robótica para escolas de Alagoas.
Ele é um dos alvos da PF, que cumpriu, na quinta-feira (1°/6), mandados de prisão e de busca e apreensão contra investigados no caso. Aliados do atual presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), também estiveram na mira da operação
As autoridades identificaram movimentações financeiras suspeitas de R$ 737 mil, sendo parte do valor depositada em espécie, entre outubro de 2021 e novembro de 2022. As suspeitas começaram em municípios de Alagoas, com todas as aquisições assinadas pela mesma empresa, a Megalic, pertencente a aliados de Lira.
Operação Hefesto
Mais de 110 policiais federais e 13 servidores da CGU cumpriram 27 mandados judiciais de busca e apreensão na última quinta-feira (1º/6): 16 em Maceió, oito em Brasília, um em Goiânia, um em Gravatá (PE) e um em São Carlos (SP), além de duas ordens de prisão temporária na capital federal, todos expedidos pela 2ª Vara Federal da Seção Judiciária do Estado de Alagoas.
As fraudes e o superfaturamento, segundo a CGU, geraram prejuízo aos cofres públicos de R$ 8,1 milhões, além de sobrepreço, com fraude que pode chegar a R$ 19,8 milhões – em relação às despesas até então analisadas. Durante a operação, os policiais encontraram R$ 4 milhões em dinheiro que estavam em um cofre de um dos alvos em Alagoas.
Os crimes teriam ocorrido entre 2019 e 2022, durante processos licitatórios, adesões a atas de registro de preços e celebrações contratuais para fornecimento de equipamentos de robótica a 43 municípios alagoanos. Os recursos aplicados ou previstos seriam de natureza federal, oriundos do Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação (FNDE).
As contratações teriam sido ilicitamente direcionadas a uma única empresa fornecedora dos equipamentos de robótica, segundo as investigações, por meio da inserção de especificações técnicas restritivas nos editais dos certames e de cerceamento à participação plena de outros licitantes.
Além das ordens cumpridas na operação de quinta-feira, a Justiça determinou o sequestro de bens móveis e imóveis dos investigados, no valor de R$ 8,1 milhões, bem como a suspensão de processos licitatórios e de contratos administrativos celebrados entre a empresa fornecedora investigada e os municípios alagoanos que receberam recursos do FNDE para compra dos equipamentos de robótica.
A PF identificou, ainda, que sócios da empresa e outros investigados efetuaram movimentações financeiras para pessoas físicas e jurídicas sem capacidade econômica compatível ou pertinência no ramo de fornecimento de itens de robótica. As ações podem indicar ocultação e dissimulação de bens, direitos e valores provenientes de atividades ilícitas.
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