Evair de Melo e André Janones brigam em sessão que ouve Silvio Almeida na Câmara
Deputado capixaba segurou parlamentar do Avante pelo terno após Janones afirmar que ele estava ‘com bafo de cachaça’; sessão foi interrompida por cinco minutos
Os deputados André Janones (Avante-MG) e Evair Vieira de Melo (PP-ES) trocaram empurrões em uma sessão da Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara com a presença do ministro dos Direitos Humanos e Cidadania, Silvio Almeida, nesta terça-feira, 26. A confusão começou após o parlamentar capixaba tentar apartar uma discussão entre Janones e o deputado Filipe Barros (PL-PR), que chamou o ministro de “covarde”.
Janones disse para a presidente da colegiado, Bia Kicis (PL-DF), que Almeida havia sido ofendido pelo parlamentar. Após Barros pedir um tempo a mais de fala, Janones falou para o parlamentar paranaense “calar a boca”, e ambos se levantaram para discutir entre as mesas do plenário. O deputado do Avante perguntou: “Você me chamou de fdp?”. “Chamei”, respondeu Barros.
Evair tentou, então, apartar a discussão, ficando na frente de Janones, que disse que ele estava “com bafo de cachaça”. Revoltado, o parlamentar capixaba segurou o deputado do Avante pela camisa e eles trocaram empurrões. Veja o vídeo.
Kicis solicitou a presença da Polícia Legislativa para “acalmar os ânimos” dos parlamentares. Depois de cinco minutos de interrupção, a sessão prosseguiu com os dois parlamentares em suas cadeiras.
Silvio Almeida foi chamado pela comissão para prestar “esclarecimentos” sobre um discurso que fez no lançamento do Relatório de Recomendações para o Enfrentamento ao Discurso de Ódio e ao Extremismo no Brasil, em julho deste ano. O requerimento de convocação foi protocolado por Evair de Melo.
No evento, o chefe da pasta dos Direitos Humanos disse que “pessoas com mandato que destilam ódio não terão um dia de paz”.
“Nós não temos um dia de paz. Por exemplo, nas últimas semanas, vimos pessoas com mandato, enfim, destilando ódio e que (isso é) algo que nós vamos ter que tomar algum tipo de providência. Não tenho dúvida de que a estabilidade, não apenas da democracia no Brasil, mas da República, vai depender da nossa capacidade de reagir à altura contra esses arautos do caos, do desespero e do ódio. Não tenham dúvidas de que os adversários da democracia e da República também não terão um dia de paz”, disse Silvio Almeida na ocasião.