Armas do Exército iriam para o PCC, diz secretário de Segurança de SP
Cinco metralhadoras e quatro fuzis foram recuperados em São Paulo após confronto com bandidos
O secretário da Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, afirmou neste sábado (21) que as armas do Exército recuperadas em uma região de mata em São Roque estavam sendo negociadas com o PCC. "Elas [as metralhadoras] tinham endereço endereço certo. A informação que se tem é que tanto Comando Vermelho quanto PCC seriam os destinatários finais desse armamento", disse Derrite.
Ao todo, 21 armas desapareceram do Arsenal de Guerra. Oito já haviam sido encontradas na Gardênia Azul, bairro da zona oeste do Rio de Janeiro, área de atuação de uma narcomilícia ligada à facção Comando Vermelho. A localização das armas ocorreu após um trabalho de inteligência da Polícia Civil.
Os policiais descobriram que o armamento seria entregue a um grupo de criminosos do PCC. As armas foram encontradas na mata ao redor da Estrada Municipal Emil Scaff, próximo ao km 47 da rodovia Castello Branco. Os investigadores se dirigiram ao local da entrega, uma área de mata, e, segundo o secretário, foram recebidos com disparos de armas de fogo.
Houve troca de tiros, com os policiais revidando em seguida com tiros de fuzil e pistola. Os suspeitos fugiram em direção à mata, e as metralhadoras foram encontradas enterradas em um lamaçal no meio da mata. A polícia não sabe ao certo quantos criminosos estavam no local, segundo Derrite. Havia ao menos duas pessoas armadas pois, de acordo com o secretário, as viaturas foram atingidas pelos dois lados.
"No local, tinha uma região de uma espécie de um lago que se formou. Essas armas estavam escondidas nesse local e [os policiais] conseguiram retirar esse armamento", explicou. Equipes do 5º Baep (Batalhão de Ações Especiais de Polícia), de Barueri, e do COE (Comandos de Operações Especiais) fizeram uma busca na mata durante a manhã de sábado, mas ninguém foi encontrado.
O secretário também diz que, até as 10h30, nenhuma pessoa com ferimento de arma de fogo tinha dado entrada nos serviços de saúde da região. Após a apreensão, uma equipe do Exército confirmou que as armas faziam parte do arsenal furtado, ao conferir a numeração inscrita nas metralhadoras. Derrite diz que, agora, a secretaria trabalha para recuperar as quatro armas restantes —essas são metralhadoras .50, capazes de derrubar helicópteros e até furar a blindagem de tanques.
"Muitas vidas foram salvas com a recuperação dessas armas. Vidas de policiais, vidas de cidadãos brasileiros —paulistas, cariocas— porque o poder de fogo dessas armas destrói qualquer tipo de blindagem convencional que nós estamos acostumados, sem contar que é uma exposição muito grande para as forças de segurança", disse Derrite.
A Delegacia de Carapicuíba abriu um inquérito com a intenção de identificar o grupo que estava tentando vender as armas, e se eles têm filiação a algum grupo criminoso.
O QUE SE SABE SOBRE O FURTO DAS METRALHADORAS
O Comando Militar do Sudeste investiga o desaparecimento das armas desde o dia 10 de outubro, quando uma inspeção identificou que faltavam 21 metralhadoras. A primeira decisão do Exército foi manter aquartelados todos os praças e oficiais que integram o Arsenal de Guerra Segundo o Comando Militar do Sudeste, a tropa ficou de prontidão para "poder contribuir para as ações necessárias no curso da investigação", enquanto depoimentos eram colhidos.
Um Inquérito Policial Militar foi aberto para apurar as circunstâncias do desaparecimento das armas. A investigação tem prazo de 40 dias e é conduzida sob sigilo. Inicialmente, 480 militares ficaram retidos no quartel em Barueri. Na última terça-feira (17), o Exército reduziu o efetivo da tropa aquartelada, e 320 militares foram liberados para voltar para casa ao fim do dia.
Três militares suspeitos de participar do furto foram identificados. O Exército investiga se o trio foi cooptado por facções criminosas para o extravio do armamento. Militares que trabalhavam como plantonistas no feriado de 7 de Setembro estão entre os suspeitos.
A força terrestre também pretende punir internamente os responsáveis pelo controle do armamento, que só identificaram o furto mais de um mês após o crime. Os principais suspeitos foram notificados para apresentar suas defesas.
Os armamentos são inservíveis e tinham sido recolhidos para manutenção, segundo o Comando Militar do Sudeste. Esse teria sido, inclusive, o motivo pelo qual o Comando Vermelho não comprou os armamentos que chegaram até o Rio de Janeiro.
Segundo a Polícia Civil fluminense, lideranças da facção criminosa não fecharam o negócio por causa da falta de uma peça: fita metálica para munição. A peça é necessária para inserir munição nas armas. Segundo especialistas, porém, isso não significa que as metralhadoras não pudessem passar por reparos que a deixassem em condição operacional novamente.
Nesta sexta (20), o coronel Mário Victor Vargas Júnior, 48, foi nomeado diretor do Arsenal de Guerra de São Paulo, em Barueri. Ele ficará no lugar do tenente-coronel Rivelino Barata de Sousa Batista, exonerado após o furto.
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