Caso Ana Hickmann: como agressões impactam a saúde mental da vítima
A apresentadora Ana Hickmann foi agredida pelo marido, Alexandre Correa, no último sábado (11/11)
O relacionamento de Ana Hickmann e seu marido, Alexandre Correa, virou assunto nas redes sociais nesta semana. O empresário agrediu a apresentadora no último sábado (11/11), dentro da própria casa, no município de Itu, em São Paulo, durante uma confusão que a deixou com hematomas pelo corpo.
Ana Hickmann falou brevemente sobre as agressões sofridas no programa Hoje em Dia de segunda-feira (13/11). A apresentadora alegou que falará mais quando estiver preparada. “Eu queria aproveitar agora e agradecer o carinho e o apoio de todo mundo”, iniciou.
“’Tá’ sendo um momento difícil para mim, para o meu filho e minha família. Mas eu ainda não ‘tô’ pronta para falar a respeito e, assim que eu tiver pronta, tiver um pouco mais forte, eu prometo trazer tudo aquilo que tá aqui, ó, dentro do meu coração. De verdade, como eu sempre fui com todos”, declarou ela, ao se despedir do público.
A violência doméstica impacta profundamente a vida das mulheres, o que contribui para cicatrizes profundas não apenas na esfera física, mas também, no psicológico. Os efeitos dessa experiência podem durar muito tempo, afetando a saúde mental e emocional das vítimas.
De acordo com o psicólogo Alexander Bez, a violência doméstica deixa sequelas graves no emocional de quem a vivencia. Independentemente das consequências, haverá também uma quebra de confiança, que se transforma em um verdadeiro pesadelo.
“Psicologicamente falando, a partir do momento em que há uma lesão, a reconciliação nunca mais será a mesma, principalmente porque o elemento da ‘vigília emocional’ será constante. Como confiar na pessoa que te agrediu? Não há como”, explica Alexander
O psicólogo ainda relata que não importa qual tenha sido o motivo da briga, quando uma agressão doméstica se encontra em erupção, a única certeza é que haverá uma tendência à repetição. Por isso, é importante enfrentar a situação para evitar ser vítima.
“Nesse caso, a vítima denunciou, o que é o correto a ser feito. A segunda dica é se afastar, não ter pena do agressor, compreender que ele já era assim. Por último, é importante se cuidar psicologicamente, por meio de terapias de apoio e de elevação da autoestima”, finaliza.
Como as discussões afetam as crianças?
Nessa equação, algo que muitas vezes não é levado em consideração é como isso pode afetar os filhos do casal, que geralmente costumam presenciar a violência. Foi o caso do filho de Ana Hickmann – Alezinho, de 9 anos – que estava presente durante a briga dos pais e chegou a pedir para que a discussão tivesse fim.
Antes de tudo, a psicóloga Tatiana Casilo explica que é importante saber diferenciar simples discussões de situações abusivas e violentas. “Discussões acontecem, pessoas se desentendem. A questão é como conduzimos essas discussões, os tons que usamos e como regulamos nossas emoções”, afirma.
Dito isso, Casilo afirma que a infância é primordial para a formação de qualquer ser humano, e que a saúde mental das crianças é construída justamente pelos ambientes que ela ocupa e pelas pessoas com as quais ela convive.
“É importante é que os adultos saibam se portar como adultos e que saibam cuidar das suas emoções e reações para que assim a criança entenda que desentendimentos fazem parte, mas que o respeito permanece mesmo na discordância”, finaliza.