O perfil fake que atacou a jovem Thais Medeiros, de 26 anos, que teve sequelas cerebrais devido a uma reação alérgica grave após cheirar uma conserva de pimenta, pode ser responsabilizado pela ação. Na mensagem, compartilhada pela mãe de Thaís, Adriana Medeiros, o perfil falso sugere que a jovem era usuária de drogas.

“Só o povo careta igual a vocês que não imaginavam que sua filhinha cheirava cocaína é que acreditam que isso aconteceu por conta dela ter cheirado pimenta”, diz a mensagem recebida por Adriana.

Defendendo a filha, a mãe comentou a situação e afirmou que “Deus não deixa nada impune. É incrível como uma pessoa sem caráter se esconde atrás de um perfil falso para querer difamar uma pessoa que está sem condição de se defender”, desabafou Adriana.

Perfil fake

O perfil utilizado para o ataque não tem seguidores ou publicações. A mãe da jovem disse que tenta descobrir a autoria e planeja tomar providências jurídicas.

Ao Metrópoles, o advogado criminalista Eder Muniz comentou que além da responsabilização penal, também pode haver a responsabilização cível, cabendo até indenização por danos morais.

“As pessoas têm que entender que a internet não é uma terra sem lei, tudo pode repercutir juridicamente. Pessoas que criam perfis falsos, que comentem injúria, difamam, através dos perfis elas podem sim ser responsabilizadas criminalmente e civilmente. Nesse caso, houve uma atribuição mentirosa a Thais, com uma fama negativa a pessoa dela. Mas fica evidenciado o crime”, afirma ele.

O ataque, feito no anonimato, pode ter tipificação criminosa como falsidade ideológica, pela criação do perfil falso; injúria e difamação, além da responsabilização cível, que pode caber indenização por danos morais.

Relembre

Thais Medeiros passou mal durante um almoço na casa do namorado, em fevereiro deste ano, ao cheirar uma conserva de pimenta-bode. Ela teve uma grave reação alérgica.

A trancista chegou a ficar 20 dias internada em uma UTI, em Anápolis, cidade onde ocorreu o incidente, e foi diagnosticada com um edema cerebral. Posteriormente, ela foi transferida para a capital goiana, onde segue em tratamento domiciliar.