Braskem tem conduta criminosa, diz Paulo Dantas
Mina em Maceió pode colapsar a qualquer momento. Petroquimica afirma estar mobilizada para minimizar o impacto
Em entrevista à CNN, nesta sexta-feira ( 01), o governador de Alagoas, Paulo Dantas (MDB) fez duras criticas à atuação da petroquimica Braskem na região da Lagoa Mundaú, no bairro do Mutange, em Maceió, onde uma mina provocou o esvaziamento e interdição do entorno por risco de desabamento.
“O que está acontecendo aqui desde 2018 não é um desastre, é um crime ambiental que causou vários prejuízos”, acusa o governador. Segundo ele, ao longo dos últimos anos, escolas e hospitais foram fechados, moradores e comerciantes tiveram que deixar os imóveis e que o potencial risco de colapso teria impactado 100 mil pessoas.
Como medida, o estado acionou judicialmente a empresa, notificou o mercado ao menos três vezes e solicitou apoio do Congresso Nacional, Tribunal de Contas da União e Governo Federal já que a Petrobrás é uma das principais acionistas da companhia.
Ao ser comunicado pela Defesa Civil Estadual do alto risco de colapso da mina, o governo do estado criou um gabinete de crise com o apoio do governo federal e a participação das prefeituras afetadas. Como prioridade a área foi esvaziada, casas e comércios interditados.
O governador disse ainda que a Braskem não respeitou os critérios para exploração do local e que acionou a Justiça para que as vítimas fossem incluídas nas negociações “Eles fizeram um acordo de maneira isolada, excluiu os moradores, as cidades vizinhas e o estado”. Com a ação judicial, segundo o governador, as cidades da região metropolitana podem exigir reparação da empresa.
Na próxima semana o governador deve se reunir com o presidente em exercício Geraldo Alckmin (PSB), para discutir ações na região. “Nossa expectativa é unir forças e encontrar uma alternativa para resolver de uma vez por todas esse crime ambiental”.
Risco iminente de colapso
A Defesa Civil de Maceió afirmou nesta sexta-feira (1º) que a área ao redor da mina 18 da Braskem, que está em risco iminente de colapso, está afundando em uma velocidade de 2,6 centímetros por hora.
Em nota, o órgão informou estar em “alerta máximo” e que o deslocamento vertical acumulado na área da mina é de 1,42 metro.
Mais cedo, o prefeito João Henrique Caldas, o JHC (PL), afirmou à CNN que, em alguns momentos, o afundamento chegou a 5 centímetros por hora.
Segundo comunicado da Defesa Civil, a recomendação é que a população não transite na área desocupada até uma nova orientação, enquanto medidas de controle e monitoramento são aplicadas para reduzir o perigo.
A equipe de análise da Defesa Civil ressalta que essas informações são baseadas em dados contínuos, incluindo análises sísmicas. O órgão reitera a recomendação de evitar a área desocupada do antigo campo do CSA por questões de segurança.
O que diz a empresa
Em nota divulgada nesta sexta, a Braskem diz que “continua mobilizada e monitorando a situação da mina 18” e “tomando todas as medidas cabíveis para minimização do impacto de possíveis ocorrências”.
“Os dados atuais de monitoramento demonstram que a acomodação do solo segue concentrada na área dessa mina e que essa acomodação poderá se desenvolver de duas maneiras: um cenário é o de acomodação gradual até a estabilização; o segundo é o de uma possível acomodação abrupta”, acrescenta a companhia.
A empresa diz ainda que “a área de serviço da Braskem nas proximidades da mina 18 está isolada desde a tarde de terça-feira. Ademais, a região onde está localizada referida mina (área de resguardo) já está totalmente desocupada desde 2020”.
A Braskem acrescenta que “a extração de sal-gema em Maceió foi totalmente encerrada em maio de 2019, e a Braskem vem adotando as medidas para o fechamento definitivo dos poços de sal, conforme plano apresentado às autoridades e aprovado pela Agência Nacional de Mineração (ANM). Esse plano registra 70% de avanço nas ações, e a conclusão dos trabalhos está prevista para meados de 2025”.
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