Comando recua após militares ficarem revoltados com projeto enviado à PGE
A insatisfação generalizada levou Amorim a convocar uma reunião de emergência com a associação de militares de Alagoas
O comandante da Polícia Militar de Alagoas, coronel Paulo Amorim, decidiu revogar um projeto controverso que havia sido encaminhado à Procuradoria Geral do Estado (PGE) e que gerou grande descontentamento entre os membros da corporação. O documento, apelidado de "minuta da discórdia" pelos oficiais e praças, previa alterações nas promoções dentro da PM e provocou uma rápida mobilização contra as mudanças propostas.
A insatisfação generalizada levou Amorim a convocar uma reunião de emergência com a associação de militares de Alagoas, onde ele reconheceu o equívoco. "Foi um grande erro administrativo. Podem queimar, deletar, anular, que eu já mandei voltar da PGE", declarou o comandante, prometendo um novo diálogo com as associações antes de apresentar uma nova proposta.
Embora a pressão interna tenha sido decisiva para a reversão da decisão, há rumores de que fatores externos também influenciaram o comandante. Informações indicam que, se Amorim tivesse consultado previamente o deputado Marcelo Victor, padrinho político da corporação, a confusão poderia ter sido evitada.
José Erionaldo, presidente da Associação dos Militares de Alagoas (AMEAL), confirmou que o comandante esteve na associação para esclarecer a situação em uma reunião. Segundo ele, Amorim explicou que o que foi enviado à PGE era apenas um parágrafo solicitando uma dissertação sobre promoção por merecimento, e não um projeto formal. "Foi um erro da assessoria. Ele solicitou a devolução do processo e tudo que continha nele foi desconsiderado. Era apenas um estudo que a própria polícia estava fazendo para viabilizar e que não deveria ter sido enviado ao sistema e tão pouco enviado ao PGE se manifestar", explicou Erionaldo.
*Estagiário sob supervisão da redação