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Após morte de líder, Hamas diz que não vai liberar reféns e impõe condições para negociar com Israel

A declaração foi feita logo após a confirmação da morte do líder Yahya Sinwar

Por R7 18/10/2024 21h09 - Atualizado em 18/10/2024 21h09
Após morte de líder, Hamas diz que não vai liberar reféns e impõe condições para negociar com Israel
Yahya Sinwar foi morto por militares de Israel - Foto: Reprodução/Record News - 18/10

O Hamas já deixou avisado: a guerra não acabou. E não deve parar tão cedo. A morte do chefe (e mentor) do grupo terrorista em mais uma bem-sucedida ação de Israel na Palestina não desmantelará o Hamas, diz o vice-chefe dos terroristas em Gaza, Khalil Al-Hayya. Pelo contrário: eles prometeram vingança, mas não disseram o que fazer. E nem como fazer.

A morte de Sinwar é muito mais que a perda de um chefe de comando. Ele era visto como um herói pelos militantes. Passou mais de 20 anos preso em cadeia israelense. Saiu, em uma troca de prisioneiros, prometendo vingança.

Era chamado de açougueiro pela forma como matava os rivais. Aos poucos foi ganhando poder e passou a liderar o grupo “linha-dura” dentro do partido.

De acordo com Israel, Sinwar foi o mentor dos ataques de outubro do ano passado, que chocaram o mundo pela crueldade.


Depois, ele ajudou na manutenção dos ainda 101 reféns que estão em Gaza e defendia ferrenhamente que os palestinos não deveriam negociar com Israel.

Quando o chefe político do grupo, Ismail Haniya, morreu em um ataque atribuído aos israelenses em Teerã, capital do Irã, ele assumiu o comando.


Logo de cara, os militares disseram que o objetivo era então matar Sinwar e que fosse o quanto antes. Ele ficou escondido entre destroços na Palestina, túneis com reféns e até o quartel-general do Hamas. Mas não escapou.

A morte dele muda o cenário da guerra? Parece que não.

Em resposta, o Hamas disse que só senta para negociar com Israel se:

1. Israel decretar um cessar-fogo

2. Israel deixar as áreas ocupadas imediatamente

3. Troca de prisioneiros

Para os israelenses, são questões que estão fora de negociação. Ainda mais com o avanço do exército do país e as mortes dos chefes terroristas.

Mais cedo, o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos Estados Unidos, John Kirby, disse que o Hamas perdeu quase toda a capacidade militar e regrediu anos no poder de ataque. Ou seja: terroristas não estão em condições de exigir nada.

Hoje, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse que a guerra não acabou e que vai continuar o conflito até acabar com o Hamas e recuperar todos os reféns.

Os europeus e o presidente americano, Joe Biden, querem o fim da guerra e uma negociação que termine com os sequestros dos reféns, que permanecem em Gaza. Os países árabes e os mediadores ainda não se manifestaram.

Tudo permanece ainda bem longe do fim. A guerra continua.