Policiais penais de AL iniciam paralisação por aumento salarial e concurso público
A redução de visitas pode causar insatisfação tanto entre os detentos quanto entre seus familiares
Os policiais penais de Alagoas aderiram a uma paralisação que impacta diretamente o funcionamento do sistema prisional do estado. A principal reivindicação da categoria é a realização de um concurso público para aumento do efetivo e reajuste salarial, congelado há anos.
Durante a paralisação, os agentes estão cumprindo rigorosamente a Lei de Execuções Penais (LEP), o que já causa mudanças significativas na rotina dos presídios. A medida implica, por exemplo, na redução de atendimentos a advogados, uma vez que, para ingressar no sistema prisional, os profissionais precisam ser acompanhados por policiais penais, acompanhamento que está suspenso.
Além disso, visitas de familiares e entrega de itens básicos aos detentos estão sendo limitadas. "Se formos seguir o calendário da legislação, a rotina de visitas se torna inviável com o número atual de agentes. São milhares de presos no estado, e a estrutura atual não comporta a demanda de visitas familiares e íntimas, entre outras atividades", afirmou um policial penal.
Impactos no sistema
A redução de visitas pode causar insatisfação tanto entre os detentos quanto entre seus familiares, com potencial para desencadear protestos dentro e fora das unidades prisionais.
Papel dos terceirizados
Outro ponto destacado pelos policiais penais é a atuação de funcionários terceirizados no sistema prisional. Apesar de exercerem apenas funções administrativas, como recursos humanos e logística, esses trabalhadores são essenciais para o funcionamento dos presídios. "Mesmo com a contratação de novos policiais penais, ainda haveria a necessidade de terceirizados. Eles não substituem nossa função, mas complementam a equipe em áreas de apoio", explicou.
Reivindicações
A categoria exige não apenas um aumento no efetivo por meio de concurso público, mas também melhorias salariais. As negociações com o governo estão estagnadas, o que levou os agentes a adotar medidas de pressão. "A situação é insustentável, tanto pelo número reduzido de agentes quanto pela desvalorização da nossa carreira", afirma.
O sindicato da categoria deve se reunir com representantes do governo nos próximos dias para discutir as demandas e buscar soluções para a crise.
*Estagiário sob supervisão